Exame Logo

Estudo diz que vírus ebola presente na Guiné é uma nova cepa

Segundo esses cientistas, "o surgimento do vírus Ebola na Guiné destaca o risco de outras epidemias nesta região da África Ocidental"

Membro dos Médicos Sem Fronteiras trata paciente com ebola em 2007 no Congo: novo vírus Ebola provocou na Guiné menos casos de febre hemorrágica que as epidemias precedentes na África Central (Christopher Black/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h43.

O vírus Ebola, que desde janeiro deixou mais de 100 mortos na Guiné e Libéria, é uma nova cepa, o que indica que não se originou de focos de infecção conhecidos na África, indica uma equipe de especialistas.

"Esta análise sugere que esta cepa viral na Guiné, a 'Guinean EBOV', evoluiu em paralelo às cepas na República Democrática do Congo (RDC) e Gabão a partir de um recente ancestral comum.

"Portanto, não foi introduzida posteriormente na Guiné", concluem estes cientistas, cujos trabalhos foram publicados na última edição da revista New England Journal of Medicine.

Inicialmente, as autoridades de saúde pública haviam evocado a possibilidade de uma infecção na Guiné pelo vírus Ebola do Zaire, antigo nome da RDC.

De acordo com os autores do estudo, os primeiros casos de Ebola na Guiné apareceram provavelmente em dezembro passado ou talvez antes, e o vírus circulou sem ser detectado por algum tempo.

As pesquisas devem prosseguir para identificar a fonte animal do vírus.

Este novo vírus Ebola provocou na Guiné menos casos de febre hemorrágica que as epidemias precedentes na África Central.

"Os sintomas clínicos dos primeiros casos eram principalmente febre, vômitos e diarreia severa. Não detectamos hemorragia interna na maioria dos pacientes no momento da coleta de amostras que confirmaram a infecção", indicam os autores do estudo, que analisam o sangue de 20 pacientes internados na Guiné.

A taxa de mortalidade do vírus Ebola na Guiné foi estabelecida em 86% entre os primeiros casos confirmados e 71 % entre os casos suspeitos, segundo estes virologistas.

De acordo com a estirpe do vírus, a mortalidade Ebola varia entre 30% a 90% dos casos. A propagação do vírus se dá pelo contato direto com pessoas infectadas.

Segundo esses cientistas, "o surgimento do vírus Ebola na Guiné destaca o risco de outras epidemias nesta região da África Ocidental".

Os primeiros e únicos casos de febre Ebola na África Ocidental foram registrados em 1994 na Costa do Marfim.

Não existe vacina nem tratamento específico para esta infecção.

O vírus Ebola foi isolado pela primeira vez em 1976 ao norte do antigo Zaire, agora República Democrática do Congo.

Até então, os cientistas haviam identificado cinco cepas diferentes, especialmente presentes na África Central. Agora, há seis.

A Guiné enfrenta desde o início do ano uma epidemia de febre hemorrágica viral, com 197 casos, dos quais 122 foram fatais, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta quinta-feira.

Segundo a OMS, destes 197 casos de febre, 101 foram confirmados em laboratório com causados pelo Ebola. O vírus se propagou para a Libéria, onde foram confirmados 6 casos em laboratório. Neste país, o balanço é de 27 casos de febre hemorrágica, dos quais 13 foram fatais.

Veja também

O vírus Ebola, que desde janeiro deixou mais de 100 mortos na Guiné e Libéria, é uma nova cepa, o que indica que não se originou de focos de infecção conhecidos na África, indica uma equipe de especialistas.

"Esta análise sugere que esta cepa viral na Guiné, a 'Guinean EBOV', evoluiu em paralelo às cepas na República Democrática do Congo (RDC) e Gabão a partir de um recente ancestral comum.

"Portanto, não foi introduzida posteriormente na Guiné", concluem estes cientistas, cujos trabalhos foram publicados na última edição da revista New England Journal of Medicine.

Inicialmente, as autoridades de saúde pública haviam evocado a possibilidade de uma infecção na Guiné pelo vírus Ebola do Zaire, antigo nome da RDC.

De acordo com os autores do estudo, os primeiros casos de Ebola na Guiné apareceram provavelmente em dezembro passado ou talvez antes, e o vírus circulou sem ser detectado por algum tempo.

As pesquisas devem prosseguir para identificar a fonte animal do vírus.

Este novo vírus Ebola provocou na Guiné menos casos de febre hemorrágica que as epidemias precedentes na África Central.

"Os sintomas clínicos dos primeiros casos eram principalmente febre, vômitos e diarreia severa. Não detectamos hemorragia interna na maioria dos pacientes no momento da coleta de amostras que confirmaram a infecção", indicam os autores do estudo, que analisam o sangue de 20 pacientes internados na Guiné.

A taxa de mortalidade do vírus Ebola na Guiné foi estabelecida em 86% entre os primeiros casos confirmados e 71 % entre os casos suspeitos, segundo estes virologistas.

De acordo com a estirpe do vírus, a mortalidade Ebola varia entre 30% a 90% dos casos. A propagação do vírus se dá pelo contato direto com pessoas infectadas.

Segundo esses cientistas, "o surgimento do vírus Ebola na Guiné destaca o risco de outras epidemias nesta região da África Ocidental".

Os primeiros e únicos casos de febre Ebola na África Ocidental foram registrados em 1994 na Costa do Marfim.

Não existe vacina nem tratamento específico para esta infecção.

O vírus Ebola foi isolado pela primeira vez em 1976 ao norte do antigo Zaire, agora República Democrática do Congo.

Até então, os cientistas haviam identificado cinco cepas diferentes, especialmente presentes na África Central. Agora, há seis.

A Guiné enfrenta desde o início do ano uma epidemia de febre hemorrágica viral, com 197 casos, dos quais 122 foram fatais, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta quinta-feira.

Segundo a OMS, destes 197 casos de febre, 101 foram confirmados em laboratório com causados pelo Ebola. O vírus se propagou para a Libéria, onde foram confirmados 6 casos em laboratório. Neste país, o balanço é de 27 casos de febre hemorrágica, dos quais 13 foram fatais.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDoençasEbolaEpidemiasGuinéLibériaSaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame