Estudo: agricultura sustentável é economicamente viável
Conclusões do estudo oferecem alternativas para agroindústria que prevalece nos EUA e em boa parte do mundo com pesticidas, adubos químicos e maquinários
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2014 às 18h07.
Washington - As práticas agropecuárias que cuidam do ecossistema, da água , da qualidade de solos e da estabilização do clima também podem ser rentáveis economicamente, aponta um artigo publicado nesta quarta-feira pela revista "BioScience".
As conclusões do estudo, que se ampara em uma pesquisa de 25 anos da Estação Biológica Kellog, oferecem alternativas para agroindústria que prevalece nos EUA e em boa parte do mundo com abundância de pesticidas, adubos químicos e maquinários.
"Ao adotar práticas de manejo de cultivos econômica e ambientalmente estáveis, as fazendas dos EUA podem contribuir para melhorar a qualidade de água, a diversidade biológica, a supressão de pragas e a fertilidade do solo", assinala o artigo.
O estudo, dirigido por G. Philip Robertson, assinala que os agricultores do Meio Oeste, especialmente os que possuem grandes fazendas, parecem dispostos a modificar suas práticas agropecuárias se conseguirem manter o nível de seus lucros.
Segundo o artigo, uma pesquisa divulgada anteriormente mostrou que os cidadãos estão dispostos a pagar pelos benefícios ambientais - como lagos mais limpos, por exemplo.
A expansão da agroindústria parece inexorável porque seus métodos de produção em grande escala aparecem como a única opção viável diante do crescimento da população humana e da demanda de alimentos, um raciocínio que combatido pelo estudo, que, por sua vez, exalta o rendimento dos cultivos e os benefícios ambientais dos métodos alternativos.
Os lucros, segundo os autores do estudo, foram obtidos pelo cultivo de milho, soja e trigo com métodos que usam um terço do volume habitual de adubos, ou não usam adubos, com "cultivos de coberta" que fertilizam os campos durante o inverno.
A pesquisa também examinou as técnicas de semeadura direta, sem lavoura e que usa menos compostos químicos. Neste caso, os pesquisadores asseguram que os agricultores podem reduzir em mais de 50% o volume de nitrogênio drenado aos aquíferos e aos rios.
A contaminação da água com nitrogênio é um problema grave, principalmente nas regiões litorâneas, onde contribui com a formação de "zonas mortas", como a que ocorre a cada ano no Golfo do México pela afluência do rio Mississipi.
Robertson e seus colegas sustentam que nas próximas décadas o crescimento da população e o aumento das receitas - que provocarão em um aumento da demanda de alimento - desencadearão uma exploração agrícola mais intensa.
No entanto, os métodos da agricultura industrial também não serão capazes de satisfazer essa necessidade, já que os mesmos também estarão fragilizados devido às consequências da monocultura e da perda de diversidade biológica, condições que favorecem o efeito devastador das pragas.
"Agora é o momento de orientar essa intensificação em direção a um caminho que realce os benefícios para o ecossistema", assinalaram os pesquisadores.
Washington - As práticas agropecuárias que cuidam do ecossistema, da água , da qualidade de solos e da estabilização do clima também podem ser rentáveis economicamente, aponta um artigo publicado nesta quarta-feira pela revista "BioScience".
As conclusões do estudo, que se ampara em uma pesquisa de 25 anos da Estação Biológica Kellog, oferecem alternativas para agroindústria que prevalece nos EUA e em boa parte do mundo com abundância de pesticidas, adubos químicos e maquinários.
"Ao adotar práticas de manejo de cultivos econômica e ambientalmente estáveis, as fazendas dos EUA podem contribuir para melhorar a qualidade de água, a diversidade biológica, a supressão de pragas e a fertilidade do solo", assinala o artigo.
O estudo, dirigido por G. Philip Robertson, assinala que os agricultores do Meio Oeste, especialmente os que possuem grandes fazendas, parecem dispostos a modificar suas práticas agropecuárias se conseguirem manter o nível de seus lucros.
Segundo o artigo, uma pesquisa divulgada anteriormente mostrou que os cidadãos estão dispostos a pagar pelos benefícios ambientais - como lagos mais limpos, por exemplo.
A expansão da agroindústria parece inexorável porque seus métodos de produção em grande escala aparecem como a única opção viável diante do crescimento da população humana e da demanda de alimentos, um raciocínio que combatido pelo estudo, que, por sua vez, exalta o rendimento dos cultivos e os benefícios ambientais dos métodos alternativos.
Os lucros, segundo os autores do estudo, foram obtidos pelo cultivo de milho, soja e trigo com métodos que usam um terço do volume habitual de adubos, ou não usam adubos, com "cultivos de coberta" que fertilizam os campos durante o inverno.
A pesquisa também examinou as técnicas de semeadura direta, sem lavoura e que usa menos compostos químicos. Neste caso, os pesquisadores asseguram que os agricultores podem reduzir em mais de 50% o volume de nitrogênio drenado aos aquíferos e aos rios.
A contaminação da água com nitrogênio é um problema grave, principalmente nas regiões litorâneas, onde contribui com a formação de "zonas mortas", como a que ocorre a cada ano no Golfo do México pela afluência do rio Mississipi.
Robertson e seus colegas sustentam que nas próximas décadas o crescimento da população e o aumento das receitas - que provocarão em um aumento da demanda de alimento - desencadearão uma exploração agrícola mais intensa.
No entanto, os métodos da agricultura industrial também não serão capazes de satisfazer essa necessidade, já que os mesmos também estarão fragilizados devido às consequências da monocultura e da perda de diversidade biológica, condições que favorecem o efeito devastador das pragas.
"Agora é o momento de orientar essa intensificação em direção a um caminho que realce os benefícios para o ecossistema", assinalaram os pesquisadores.