Mundo

Estudantes de Hong Kong formam corrente em protesto contra o governo

Os estudantes uniformizados protestam em vários bairros de Hong Kong em apoio as manifestações contra o controle da China

China: Hong Kong enfrenta uma onde de protestos que já dura três meses (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

China: Hong Kong enfrenta uma onde de protestos que já dura três meses (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 11h52.

Hong Kong — Centenas de alunos uniformizados, muitos usando máscaras, formaram correntes humanas em bairros de toda Hong Kong, nesta segunda-feira, em apoio a manifestantes contra o governo, após mais um final de semana de confrontos na cidade sob controle chinês.

As estações de metrô reabriram, depois de algumas delas serem fechadas no domingo em meio aos confrontos às vezes violentos, mas o clima no polo financeiro asiático continuava tenso.

Na manhã desta segunda-feira, antes do início das aulas, estudantes e ex-alunos deram as mãos aos brados de "Povo de Hong Kong, acrescente combustível", uma frase que se tornou um grito de guerra do movimento de protesto.

"A corrente humana com base nas escolas é a demonstração mais forte de como este protesto está profundamente enraizado na sociedade, tão profundamente enraizado que entra nos estudantes", disse Alan Leong, ex-aluno do colégio Wah Yan, do distrito de Kowloon.

Estudantes protestam em Hong Kong contra o governo

Três meses de protestos contra um projeto de lei de extradição agora retirado pelo governo provocaram uma reação abrangente da população contra o governo e mais apelos por democracia.

A polícia disse ter prendido 157 pessoas nos três dias anteriores, sendo 125 homens e 32 mulheres de 14 a 63 anos, elevando o total de prisões a mais de 1.300.

A ex-colônia britânica enfrenta sua primeira recessão em uma década, já que os protestos estão afastando turistas e afetando as vendas do varejo em um dos destinos de turismo de consumo mais populares do mundo.

A chegada de turistas recuou 40% em agosto na comparação anual, disse Paul Chan, secretário de Finanças da cidade -- os confrontos contínuos têm interditado ruas e paralisado partes da cidade, e os transtornos em seu aeroporto internacional também afetaram a indústria turística.

"O mais preocupante é que o caminho adiante não melhorará facilmente", disse Chan em seu blog no domingo, observando que alguns hotéis viram a ocupação despencar até 70%.

Ativistas atearam incêndios na rua e vandalizaram uma estação da Ferrovia de Trânsito em Massa (MTR) no principal distrito comercial de Central no domingo, depois de milhares protestarem pacificamente diante do consulado dos Estados Unidos, pedindo ajuda para levar democracia à região administrativa especial.

Os estudantes, que empunhavam pôsteres com as cinco exigências dos manifestantes ao governo, pediram que as autoridades cumpram as promessas de liberdade, direitos humanos e Estado de Direito que foram feitas quando o Reino Unido devolveu Hong Kong ao controle chinês em 1997.

Em uma aparição rara, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, caminhou pelo distrito comercial com o secretário de Transporte e Habitação, Frank Chan, e autoridades do MTR para inspecionar a estação danificada, onde conversou com funcionários e usuários.

Acompanhe tudo sobre:ChinaHong KongProtestos no mundo

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal