Estes são os grupos terroristas mais violentos do planeta
A maioria das mortes causadas por ataques terroristas nos últimos meses é de responsabilidade de quatro grupos. Veja aqui quais são eles
Gabriela Ruic
Publicado em 28 de dezembro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 28 de dezembro de 2018 às 06h00.
São Paulo – As mortes por ataques terroristas tenham caído por todo o mundo em 2017, quando foram registradas 18.814 fatalidades decorrentes desses atos. A maioria delas, contudo, resultou da atividade de quatro grupos principais. É o que mostrou o Índice Global do Terrorismo, estudo do Instituto de Economia e Paz, cuja edição 2018 foi lançada em dezembro.
Segundo a análise, que está em seu sexto ano e cobre um período histórico de duas décadas, os grupos mais violentos em atividade hoje no planeta são o Estado Islâmico , que atua majoritariamente na Síria e Iraque, o Talibã, que está em atividade principalmente no Afeganistão, o Al-Shabaab, da Somália, e o Boko Haram, da Nigéria. Para a contabilização das mortes, a entidade não considera as atividades perpetradas por grupos filiados, incluindo tão somente aquelas executadas pelo núcleo principal da organização.
Essas organizações foram as responsáveis por ao menos 10.632 mortes só em 2017, o equivalente a 56,5% do total observado no período. Nos últimos dez anos, 44% das fatalidades por ataques terroristas aconteceram por responsabilidade desses mesmos atores, cujas ações têm efeitos nefastos no dia a dia das populações de países como Afeganistão, Iraque e Nigéria, os países mais afetados pelo terrorismo.
1º Estado Islâmico - 4.350 mortes
O Estado Islâmico foi o grupo mais violento de 2017, mostrou a análise do relatório, posto que ocupa desde 2014. Embora suas atividades tenham sido consideravelmente fragilizadas na Síria e no Iraque, onde atuou majoritariamente nos últimos anos, em razão dos bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos, o EI conseguiu se espalhar pelo mundo e conta com células ativas em ao menos 10 países.
Só em 2017, ataques executados por seus militantes foram registrados em 286 cidades em diferentes regiões do mundo, da Europa à Ásia. 90% dos seus atos terroristas, contudo, aconteceram no Iraque, país onde ocorreu, ainda, 81% das mortes decorrentes da atividade do EI.
2º Talibã - 3.571 mortes
Nascido como um grupo de revolucionários no Afeganistão nos idos de 1994, o Talibã chegou a assumir o controle do país em 1996 até ser deposto no início dos anos 2000 após operações da OTAN.
Em 2017, o Talibã se consolidou como a segunda organização terrorista mais violenta do mundo e responsável por 3.571 mortes e 699 ataques só em 2017. Toda a sua atividade ficou concentrada no Afeganistão, país no qual o grupo está em guerra com o governo pelo controle de territórios.
Há, contudo, uma forte presença da organização no Paquistão, onde sua afiliada conduziu 56 ataques no ano passado. O relatório alerta: o grupo está se fortalecendo e seus ataques estão se tornando cada vez mais mortais.
3º Al-Shabaab - 1.457 mortes
Pela primeira vez desde 2010, o somali Al-Shabaab assumiu o posto de grupo mais violento da África ao destronar o nigeriano Boko Haram. Nascido nos idos de 2006 como um braço da rede Al Qaeda, o grupo deseja fundar um estado fundamentalista islâmico.
Ao todo, mostrou o relatório, 1.457 mortes foram registradas em seus ataques só em 2016. 67% deles aconteceram em Mogadíscio, a capital da Somália , incluindo o pior ataque terrorista no mundo naquele ano, que deixou 588 mortos e 316 feridos, e que é, ainda, o quinto mais violento do planeta desde 2000.O estudo apontou, ainda, atividades do grupo no Quênia.
4º Boko Haram - 1.254 mortes
Os nigerianos do Boko Haram , que são alinhados com o Estado Islâmico, atuam não apenas na Nigéria, mas em países vizinhos, como Camarões, Chade e Níger. O grupo já ocupou o posto de mais violento do mundo em 2014 e hoje está no quarto lugar. Ainda assim, o Boko Haram segue uma forte ameaça: em 2017, suas atividades aumentaram em 40% e causaram 15% mais mortes na comparação com 2016, quando. Ao todo, foram 272 ataques terroristas e 1.254 mortes.