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Estados Unidos e Paraguai anunciam acordo para combater crime organizado

País sul-americano é um dos maiores aliados do governo de Donald Trump na região

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 15h27.

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Os Estados Unidos e o Paraguai assinaram nesta segunda-feira, 15 de dezembro, um acordo de segurança que pode possibilitar a presença de soldados americanos no país sul-americano, como parte da ofensiva do presidente Donald Trump, contra gangues criminosas violentas que seu governo classifica como organizações terroristas.

O pacto, denominado acordo sobre o status das forças, formaliza uma colaboração que já vinha sendo desenvolvida entre os dois países, informou a Bloomberg. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, destacou o Paraguai como um dos "aliados mais fortes" dos Estados Unidos, tanto na região quanto globalmente.

"A maior ameaça que enfrentamos no Hemisfério Ocidental é a ameaça das redes criminosas ", declarou Rubio. "Precisamos de parceiros fortes na região que entendam que essa é a maior ameaça em nosso hemisfério e estejam comprometidos a trabalhar conosco para enfrentá-la".

O acordo também facilita a realização de operações conjuntas, treinamentos e o compartilhamento de informações relacionadas à segurança, sempre respeitando a soberania nacional, conforme afirmou Marco Rubio.

Aproximação com os EUA

O Paraguai se tornou um aliado próximo do governo Trump, embora o presidente Santiago Peña, do Partido Colorado (de direita), mantenha relações amistosas com governos de esquerda na América Latina. Além disso, o Paraguai é um dos poucos países que ainda mantém relações diplomáticas com Taiwan, embora isso tenha resultado na perda de oportunidades de comércio e investimentos com a China.

Em outubro, os Estados Unidos retiraram as sanções financeiras impostas ao mentor de Peña, o ex-presidente Horacio Cartes, líder do Partido Colorado, e várias de suas empresas. O governo Biden havia anteriormente proibido Cartes de entrar nos EUA e de acessar o sistema bancário americano, devido a acusações de corrupção.

Rubio ressaltou também o desejo dos EUA de fortalecer os laços econômicos com o Paraguai. O país, que não possui litoral e conta com 6,1 milhões de habitantes, possui uma das economias de crescimento mais rápido da região, impulsionada pela alta demanda por exportações de carne bovina, soja e produtos manufaturados. Na semana passada, o Banco Central paraguaio revisou sua previsão de crescimento para este ano, elevando-a de 5,3% para 6%.

Durante a cerimônia de assinatura do acordo em Washington, o Ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, afirmou que o pacto fortalece a relação de segurança entre os dois países.

" O presidente Santiago Peña está profundamente empenhado em continuar a trabalhar arduamente na relação entre os nossos países, bem como em objetivos comuns como este", disse Ramirez em referência ao combate ao crime organizado.

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