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Estado Islâmico coloca Londres no centro da crise dos reféns

Os jihadistas voltaram a utilizar executor com sotaque britânico para decapitar outro jornalista americano

O premiê britânico, David Cameron: Ei ameaça matar, dessa vez, um britânico (Paul Hackett/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 13h30.

Londres - A organização Estado Islâmico voltou a utilizar o mesmo executor com sotaque britânico para decapitar outro jornalista americano, e ameaça matar um britânico, forçando Londres a responder ao desafio.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, presidiu nesta quarta-feira uma reunião do comitê de emergência do executivo em resposta ao assassinato do jornalista Steven Sotloff, cuja decapitação foi filmada e postada na terça-feira na internet pelo EI.

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No novo vídeo, aparece mais uma vez o homem com sotaque britânico que há duas semanas assassinou outro jornalista americano, James Foley, ameaçando matar um britânico identificado como David Cawthorne Haines, se os bombardeios americanos continuarem no norte do Iraque.

"O que aconteceu até o momento com os reféns e o que poderia acontecer de novo é horrendo e brutal. Esta gente tem que entender que não haverá hesitação em nosso objetivo de derrotar o terrorismo", declarou Cameron no Parlamento, apesar de não anunciar novas medidas para lidar com a ameaça de assassinato que pesa sobre o refém britânico.

Londres adota o princípio de não pagar pelo resgate de reféns.

O líder da oposição britânica, o trabalhista Ed Miliband, ofereceu seu apoio ao governo.

"Fatos como este devem fortalecer, não debilitar, nossa determinação e podem estar certos de nosso pleno apoio em enfrentá-los", declarou Miliband.

Bombardeios sobre a mesa

"Posso garantir que analisaremos todas as opções para proteger esta pessoa", declarou o ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, que participou da reunião restrita de Downing Street.

"Se consideramos que os bombardeios podem ser benéficos, que seriam o melhor modo (de proteger o refém), então certamente o faremos, mas não há nenhuma decisão por enquanto".

Após o fracasso há um ano, quando acionou o Parlamento em busca de permissão para bombardear o regime sírio de Bashar Al-Assad por usar armas químicas o que não foi atendido, Cameron advertiu na segunda-feira que poderia assumir sozinho a decisão de lançar ataques aéreos contra o EI.

O premier prometeu manter o Parlamento "permanentemente informado".

"De todos os modos, se houver a necessidade de fazer algo em particular para proteger um interesse nacional britânico ou evitar uma catástrofe humanitária, teria que atuar e, em seguida, procurar o Parlamento", declarou.

"Temos que decidir como podemos ajudar os que estão no terreno, e a maneira de honrar este propósito tem sido de proporcionar ajuda humanitária e apoio político, além de contribuir em certos aspectos militares".

"Os americanos têm ido além e realizado bombardeios. Este é o melhor modo de abordar este problema", sentenciou Cameron.

Ameaça em casa

O governo considera que há 500 britânicos lutando junto a organizações jihadistas na Síria e no Iraque, e esta semana anunciou uma série de medidas para interceptá-los em seu regresso ou, se for o caso, deter os potências voluntários, para impedir que se somem aos extremistas.

As autoridade preveem a apreensão dos passaportes de supostos jihadistas britânicos em seu retorno ao Reino Unido e deverão impor medidas restritivas para quem planejar viajar a esses países em guerra.

"Respeitar os valores britânicos não é optativo. É um dever para todos aqueles que vivem nestas ilhas, desta forma defenderemos nossos valores, acabaremos derrotando o extremismo e garantiremos nosso modo de vida às gerações vindouras", martelou.

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