Mundo

Esse julgamento foi fraudulento e vergonhoso, diz Trump após ser condenado

Trump se tornou o 1º ex-presidente dos EUA na história a ser condenado em um caso criminal

 ( Gotham/GC Images/Getty Images)

( Gotham/GC Images/Getty Images)

Publicado em 31 de maio de 2024 às 07h40.

Após ter sido considerado culpado por suborno a uma ex-atriz pornô, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protestou contra o processo. "Este foi um julgamento fraudulento e vergonhoso", disse ele. "O verdadeiro veredicto será dado pelo povo em 5 de novembro.", acrescentou.

O ex-presidente americano também atacou o juiz do caso, Juan Merchan. "Isso foi uma desgraça. Este foi um julgamento manipulado por um juiz em conflito de interesses e corrupto", disse o ex-presidente. 

O advogado de Trump, Todd Blanche, disse que a equipe jurídica já esperava pelo veredito de culpado. “Quando eram 16h30 [horário local], íamos voltar para casa e começar de novo amanhã, e então o júri, você sabe, enviou uma nota informando que havia chegado a um veredito”, disse Blanche em entrevista à CNN americana. 

Trump condenado

Trump se tornou o 1º ex-presidente dos EUA na história a ser condenado em um caso criminal. O republicano é também um dos principais candidatos na disputa pela Presidência dos EUA, e pode seguir na disputa mesmo após a condenação, embora em situação inédita e incerta.

A pena, que pode chegar a quatro anos de prisão, será anunciada em 11 de julho, às 10h da manhã na hora local, poucos dias antes do início da Convenção Nacional Republicana. O ex-presidente ainda poderá recorrer da sentença em cortes superiores e, assim, protelar uma eventual detenção. Merchan enfrenta agora a tarefa sem precedentes de determinar a setença Trump.

Como o ex-presidente tem 77 anos, há mais chances de que ele receba uma atenuação da pena, como ter direito à prisão domiciliar, liberdade condicional ou serviços comunitários. O fato de ser réu primário também reduz as chances de detenção.

Tais circunstâncias poderiam tornar improvável uma pena de prisão. Merchan tem outras penalidades para escolher, que vão desde multa até liberdade condicional. É certo que Trump apelará o que poderá levar meses ou anos para ser resolvido. O processo poderá ser ainda mais complicado se Trump, o provável candidato republicano, ganhar um segundo mandato presidencial.

Trump vai ser preso?

A sentença será anunciada em 11 de julho. O ex-presidente poderá ser condenado a até quatro anos de prisão.

Como o ex-presidente tem 77 anos, há mais chances de que ele receba uma atenuação da pena, como ter direito à prisão domiciliar, liberdade condicional ou serviços comunitários. O fato de ser réu primário também reduz as chances de detenção.

Trump está inelegível?

Não. A lei americana não veta candidatos condenados ou presos, e não há uma Lei da Ficha Limpa no país. Por isso, ele poderá ser candidato.

Trump pode tomar posse mesmo preso?

A lei americana não veta isso explicitamente, mas a situação é muito complexa e provavelmente geraria uma batalha jurídica.

Em teoria, Trump poderia perder o direito a governar com base na 25ª Emenda, pois, ao estar detido, estaria "incapaz de cumprir os deveres do cargo". Mas a declaração de incapacidade exige que seu vice e a maioria de seu gabinete apontasse isso. Ao mesmo tempo, segundo o New York Times, Trump poderia entrar na Justiça e pedir a liberdade alegando que a prisão o está impedindo de cumprir seu dever como presidente.

Por que Trump foi condenado?

Ele foi acusado de fraude fiscal ao pagar 130 mil dólares em suborno para a ex-atriz Stormy Daniels, disfarçados por meio de pagamentos fictícios ao seu então advogado. Como ele pagou pelo silêncio durante a campanha eleitoral de 2016, foi acusado também de maquiar gastos de campanha.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Eleições americanasEleições EUA 2024

Mais de Mundo

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, vai se declarar culpado; entenda

Suprema Corte dos EUA vai avaliar lei que proíbe tratamento hormonal para menores transexuais

Rússia ameaça EUA com 'consequências' após ataque ucraniano na Crimeia

Ex-baixista do Nirvana anuncia candidatura à presidência dos Estados Unidos

Mais na Exame