Kostroma - Dezenas de esposas de soldados russos se reuniram nesta quinta-feira para exigir explicações das autoridades russas sobre o destino de seus maridos, enquanto se multiplicam as denúncias de uma intervenção militar russa na Ucrânia.
As jovens mulheres, em sua maioria com idades entre 20 e 30 anos - algumas acompanhadas por crianças de colo -, reuniram-se perto da base militar do 331º Regimento da 98º Divisão Aerotransportada, em Kostroma, 330 km ao norte de Moscou.
Mas autoridades russas proibiram sua aproximação e a exibição de faixas, declarou à AFP Valeria Solokova, esposa de um dos soldados do regimento.
Com cerca de 350 companheiros e outros 50 soldados da base de Ivanovo, o marido de Solokova foi enviado para participar de exercícios militares na fronteira entre Rússia e Ucrânia, mas não entrou em contato com a família desde então.
No início desta semana, quinze soldados retornaram, todos feridos, outros em caixões, disse ela. Seu marido não está nem na lista de mortos nem na de feridos.
"Um avião cargueiro chegou em Kostroma ontem", relatou Sokolova, referindo-se ao código militar usado para se referir ao corpo de um soldado morto.
"Eu voltarei"
Não há informações sobre o destino dos soldados que partiram de Kostroma, e os comandantes do regimento recusam-se a confirmar que eles estão lutando na Ucrânia.
"A única coisa que eles estão dispostos a nos dizer é que não estão na Rússia", lamenta Sokolova.
De acordo com a presidente da Comissão de Mães de Soldados russos, Valentina Melnikova - citada nesta quinta-feira pela rede de televisão Dojd -, cerca de 15.000 soldados russos estão combatendo na Ucrânia ao lado dos separatistas pró-russos.
A Rússia sempre negou as acusações de Kiev e das potências ocidentais, segundo as quais teria enviado homens para lutar ao lado dos separatistas no leste da Ucrânia.
Kiev e Washington acusaram nesta quinta-feira a Rússia de uma intervenção direta no leste da Ucrânia, assolado por violentos combates.
Vários meios de comunicação russos independentes relataram o funeral de dois paraquedistas realizado em segredo no norte da Rússia, citando parentes que afirmaram que eles tinham sido mortos na Ucrânia, para onde a Rússia nega ter enviado tropas.
"Estas informações estão sendo atualmente verificadas pelas autoridades competentes", limitou-se a dizer na quarta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência oficial de notícias Itar-Tass.
Na última conversa por telefone com a esposa, o marido de Sokolova disse que tinha sido obrigado a deixar sua base em um caminhão, com roupas de inverno, enquanto seus companheiros foram "em um tanque", mas não especificou o seu destino.
"Ele me disse: "Eu voltarei, eu te amo"", lembra Sokolova, que ficou espantada com a emoção incomum com a qual o marido pronunciou essas palavras.
"Seus filhos ficarão orgulhosos"
Em um dos portões da base militar, um homem em trajes civis, tentava tranquilizar as esposas e mães de soldados.
"Seus filhos vão se orgulhar do pai", disse a uma delas, recusando-se a falar com a imprensa. "São combatentes russos honestos".
Olga Garina, mãe do soldado Igor Potchoiev, disse à AFP por telefone que seu filho estava "em um centro de detenção em Kiev", indicando que ele participava de um exercício militar, mas que acabou entrando na Ucrânia.
Kiev anunciou no início desta semana a captura de dez paraquedistas russos em seu território, a cerca de vinte quilômetros da fronteira. "Um acidente", disse uma fonte militar russa às agências de notícias.
Moscou enviou um grande número de soldados à Crimeia antes de sua incorporação em março, negando sua presença em um primeiro momento.
Essa posição lembrou a postura dos soviéticos durante a invasão do Afeganistão em 1979, quando a URSS também havia se negado a admitir durante meses que estava envolvida em uma guerra naquele país.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)