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Esporte ainda tem muitas 'caixas-pretas', afirma João Dias

PM que denunciou esquema fraudulento no ministério diz que há detalhes reveladores ainda não divulgados sobre o caso que envolve Orlando Silva

Orlando Silva, Ministro do Esporte (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 18h35.

São Paulo - Após reunir-se com líderes da oposição no Senado e na Câmara, nesta terça-feira, o policial militar e militante do PC do B João Dias afirmou que o esquema de corrupção no Ministério do Esporte , revelado por ele a VEJA, é apenas parte do problema na pasta. "Há muita água para rolar, muitos acontecimentos virão. Quando começarem a abrir as caixas-pretas, que são mais de trezentas, como programas anteriores que nunca foram revistos em nenhum tipo de conta, talvez a gente tenha uma importância maior para se fazer auditorias", destacou.

O policial também mandou um recado a todas as entidades que firmaram convênios com o ministério. "Todos os senhores sabem como é feito o programa Segundo Tempo. Não tenham medo, procurem o Ministério Público ou a Polícia Federal (PF)", disse. "A entidade que eu dirigi é apenas uma peça a mais no dominó. Raramente um projeto terá prestações de contas aprovadas dentro do que foi previsto. Há intereferência de pessoas nos procedimentos de protocolo adotado para os dirigentes que têm a caneta na mão".

Dias afirmou ainda que em breve divulgará o áudio de uma conversa reveladora que teve com um integrante da pasta comandada por Orlando Silva. "Vão surgir diversos outros documentos em breve que vão provar essa situação".

João Dias justificou sua ausência no depoimento que deveria prestar à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira alegando motivos pessoais. Segundo ele, a declaração foi marcada para esta quinta, mas na segunda ele já esteve na Superintendência da PF e conversou com dois delegados sobre o assunto durante meia hora. “Não tenho absolutamente nada a temer e a PF terá muitas novidades na quinta-feira”, garantiu.


O denunciante afirmou que está sofrendo ameaças há mais de dois anos e que identificou pessoas suspeitas rondando sua casa, além de ter encontrado bilhetes ameaçadores em seu carro . Por isso, pediu proteção ao Ministério da Justiça. "Se eu me acovardar, como muitos fizeram, as coisas não vão mudar”, disse.

Estratégia - A conversa com Dias na liderança do PSDB no Senado no início desta tarde foi uma tentativa da oposição de esvaziar a sessão conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e a de Turismo e Desporto da Câmara, em que Orlando Silva presta depoimento. Segundo os oposicionistas, a presença de ministros envolvidos em escândalos na casa tem servido apenas para que a base do governo eleve a moral do acusado.

O PM que denunciou Orlando Silva também criticou o que chamou de "defesa sumária" do ministro na sessão, quando ele foi aplaudido pelos parlamentares presentes. "Me parece que nenhum deputado da situação quer me atender", comentou. Segundo ele, a intenção não era que o ministro fosse constrangido, mas as denúncias precisam ser consideradas. “É natural que ele corra atrás do direito de se defender, mas a verdade é única, não existem duas verdades”, ressaltou.

João Dias acredita que o chefe do Ministério do Esporte, que nega repetidamente as acusações feitas por ele e o chamou de 'bandido', deveria ser mais moderado com as palavras. “Ministro, sou pai de família, sou policial da ativa. Não sou bandido, não sou criminoso como o senhor alega. Em pouco tempo vamos realmente saber distinguir quem é quem", reforçou. “Só porque ele tem foro privilegiado, não pode sair agredindo as pessoas”.

Caso - Na edição de VEJA desta semana, João Dias, responsável por duas entidades que receberam dinheiro da pasta, relatou que o PCdoB usava os convênios para fazer caixa de campanha. Das verbas destinadas às ONGs, até 20% eram desviados.

O próprio ministro recebeu uma caixa repleta de dinheiro, de acordo com uma das testemunhas do caso. Orlando Silva nega todas as acusações e diz que João Dias é um "bandido" que não tem qualquer credibilidade.

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O policial também mandou um recado a todas as entidades que firmaram convênios com o ministério. "Todos os senhores sabem como é feito o programa Segundo Tempo. Não tenham medo, procurem o Ministério Público ou a Polícia Federal (PF)", disse. "A entidade que eu dirigi é apenas uma peça a mais no dominó. Raramente um projeto terá prestações de contas aprovadas dentro do que foi previsto. Há intereferência de pessoas nos procedimentos de protocolo adotado para os dirigentes que têm a caneta na mão".

Dias afirmou ainda que em breve divulgará o áudio de uma conversa reveladora que teve com um integrante da pasta comandada por Orlando Silva. "Vão surgir diversos outros documentos em breve que vão provar essa situação".

João Dias justificou sua ausência no depoimento que deveria prestar à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira alegando motivos pessoais. Segundo ele, a declaração foi marcada para esta quinta, mas na segunda ele já esteve na Superintendência da PF e conversou com dois delegados sobre o assunto durante meia hora. “Não tenho absolutamente nada a temer e a PF terá muitas novidades na quinta-feira”, garantiu.


O denunciante afirmou que está sofrendo ameaças há mais de dois anos e que identificou pessoas suspeitas rondando sua casa, além de ter encontrado bilhetes ameaçadores em seu carro . Por isso, pediu proteção ao Ministério da Justiça. "Se eu me acovardar, como muitos fizeram, as coisas não vão mudar”, disse.

Estratégia - A conversa com Dias na liderança do PSDB no Senado no início desta tarde foi uma tentativa da oposição de esvaziar a sessão conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e a de Turismo e Desporto da Câmara, em que Orlando Silva presta depoimento. Segundo os oposicionistas, a presença de ministros envolvidos em escândalos na casa tem servido apenas para que a base do governo eleve a moral do acusado.

O PM que denunciou Orlando Silva também criticou o que chamou de "defesa sumária" do ministro na sessão, quando ele foi aplaudido pelos parlamentares presentes. "Me parece que nenhum deputado da situação quer me atender", comentou. Segundo ele, a intenção não era que o ministro fosse constrangido, mas as denúncias precisam ser consideradas. “É natural que ele corra atrás do direito de se defender, mas a verdade é única, não existem duas verdades”, ressaltou.

João Dias acredita que o chefe do Ministério do Esporte, que nega repetidamente as acusações feitas por ele e o chamou de 'bandido', deveria ser mais moderado com as palavras. “Ministro, sou pai de família, sou policial da ativa. Não sou bandido, não sou criminoso como o senhor alega. Em pouco tempo vamos realmente saber distinguir quem é quem", reforçou. “Só porque ele tem foro privilegiado, não pode sair agredindo as pessoas”.

Caso - Na edição de VEJA desta semana, João Dias, responsável por duas entidades que receberam dinheiro da pasta, relatou que o PCdoB usava os convênios para fazer caixa de campanha. Das verbas destinadas às ONGs, até 20% eram desviados.

O próprio ministro recebeu uma caixa repleta de dinheiro, de acordo com uma das testemunhas do caso. Orlando Silva nega todas as acusações e diz que João Dias é um "bandido" que não tem qualquer credibilidade.

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