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Espionagem alarma empresas de tecnologia e legisladores

Revelações sobre a coleta de dados feita pelos EUA renovou um debate histórico sobre os limites do governo na espionagem de cidadãos

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	Teclado de computador: revelações alarmaram defensores da liberdade civil que haviam apoiado medidas como o Ato Patriota, que deu novos poderes às agências depois do 11 de setembro
 (AFP)

Teclado de computador: revelações alarmaram defensores da liberdade civil que haviam apoiado medidas como o Ato Patriota, que deu novos poderes às agências depois do 11 de setembro (AFP)

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Joseph Menn, Jonathan Weber

Publicado em 10 de junho de 2013 às, 13h36.

São Francisco - Revelações recentes sobre a extensa coleta de dados feita pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) ressaltaram o poder da vigilância eletrônica na era da internet, renovando um debate histórico sobre os limites do governo na espionagem de cidadãos de seu país.

Um ex-técnico de informática da CIA chamado Edward Snowden, que havia trabalhado como terceirizado para NSA, se identificou no domingo como a fonte das divulgações feitas sobre a vigilância do governo americano, publicadas nos jornais Guardian e Washington Post na semana passada.

As informações incluíam uma ordem judicial secreta para a empresa de comunicação Verizon entregar todos seus registros de chamadas referentes a um período de três meses, além de detalhes sobre um programa da NSA batizado de PRISM, que coletava e-mails, registros de chats e outros tipos de dados de companhias de internet. Entre essas empresas estavam Google, Facebook, Microsoft, Yahoo, AOL e Apple.

Autoridades da inteligência americana e empresas de tecnologia disseram que o PRISM é muito menos invasivo que o inicialmente sugerido pelas reportagens do Guardian e do Washington Post.

Uma série de pessoas familiares com as negociações travadas no Vale do Silício afirmaram que a NSA não tinha liberdade para remexer à vontade nos servidores e que os pedidos tinham que ser especificamente sobre contas tidas como estrangeiras pelas autoridades.

Ainda assim, as revelações alarmaram defensores da liberdade civil e legisladores que haviam apoiado medidas como o Ato Patriota, que deu novos poderes às agências de inteligência depois do 11 de setembro, e a promulgação de uma lei que passou a garantir imunidade às operadoras de telecomunicações na concessão de informações privadas para o governo.

"Essa é a lei, mas a maneira como ela vem sendo interpretada realmente tem me preocupado", afirmou o senador democrata Mark Udall à rede ABC, neste domingo. "É para mim uma violação da nossa privacidade, sobretudo se for feito de uma forma que nós desconhecemos."


Um ex-funcionário da NSA de alto escalão disse à Reuters que a análise desse amplo conjunto de informações foi essencial para as investigações da Agência. Se "um terrorista conhecido no Iêmen liga para alguém nos EUA, por que ele fez isso e o que aconteceu quando essa pessoa nos EUA começou a fazer chamadas para outros lugares do país?", ele perguntou. "Na superfície, isso se parece com o surgimento de uma célula de terrorismo." 

Série de Divulgações

Depois da ampla cobertura do caso pela mídia, ainda restam dúvidas sobre a gestão do programa, a quantidade de informações tiradas das ligações e e-mails, e como as conexões são mapeadas, selecionadas e guardadas.

A NSA "essencialmente mantém os e-mails para sempre. Eu não acho que haja qualquer dúvida sobre isso", disse Mark Rossini, ex-supervisor do FBI que trabalhou em uma unidade de contra-terrorismo da CIA e que disse estar a par do funcionamento do PRISM.

"Eles não estão lendo os nossos dados, eles estão armazenando-o em bits e bytes que podem ser pesquisados", afirmou Rossini. O mesmo é provavelmente verdade para a massa de telefonemas copiado da AT&T pela NSA, conforme divulgado por uma fonte da AT&T em 2006, ele acrescentou.

A forma exata como as companhias de internet fornecem informação ao governo permanece incerta, em parte porque tudo relacionado ao programa PRISM é considerado um segredo de segurança nacional. Também não ficou claro como algumas empresas, notadamente o Twitter, disseram ter tido a capacidade de resistir a esse escrutínio.

Muitas companhias afirmaram que uma pessoa específica tinha a atribuição de aprovar cada rastreamento. Fontes do governo e da indústria também disseram que algumas das companhias pareciam ter instalado equipamentos especiais para facilitar as buscas.

No entanto, a proteção dada aos americanos deu pouco conforto aos governos estrangeiros e às centenas de milhões de clientes dessas empresas fora dos EUA.

Na verdade, o PRISM parece ser uma ferramenta eficaz para a NSA justamente porque as companhias americanas dominam a internet e as comunicações entre pessoas estrangeiras frequentemente passam pelos EUA. É uma percepção exasperante para aqueles que vem defendendo o estímulo às empresas de tecnologia na Europa para combater o domínio político e econômico dos Estados Unidos.

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