Espanha prende 12 envolvidos em referendo na Catalunha
As ações querem impedir a comemoração do referendo de independência do dia 1º de outubro, suspenso pelo Tribunal Constitucional
EFE
Publicado em 20 de setembro de 2017 às 06h57.
Última atualização em 20 de setembro de 2017 às 08h22.
Madri - A Guarda Civil espanhola deteve, nesta quarta-feira, 12 pessoas, entre elas vários altos cargos do Governo regional da Catalunha, e realizou nove registros em uma operação para impedir a comemoração do referendo de independência do dia 1º de outubro, suspenso pelo Tribunal Constitucional.
De acordo com confirmações passadas à Agência Efe por fontes da investigação, entre os detidos se encontram o número dois da Secretaria de Economia, Josep Maria Jové e o secretário de Fazenda, Lluís Salvadó.
Também foram detidos altos dirigentes das áreas de Relações Exteriores, Economia e Fazenda, e Telecomunicações, assim como dois vinculados a um armazém que supostamente tinha material eleitoral.
No amplo dispositivo desdobrado desde o início da manhã pela Guarda Civil para impedir o referendo de outubro, os agentes estiveram nas sedes da vice-presidência e as secretarias das Relações Exteriores, Economia, Trabalho e Assuntos Sociais.
A operação inclui também a entrada em diversos órgãos dependentes do Governo catalão, entre eles a Agência Tributária regional.
O Governo da Catalunha convocou, no início de setembro, um referendo de independência nessa região, que foi imediatamente suspensa pelo Tribunal Constitucional da Espanha, a petição do Governo de Mariano Rajoy, por não cumprir a ordem jurídica.
O ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, não se pronunciou sobre os detalhes da operação que a Guarda Civil realiza hoje na Catalunha e ressaltou que os agentes estão atuando sob as ordens da autoridade judicial.
"É uma operação que está aberta e a Guarda Civil segue fazendo as diligências que ordenadas pela autoridade judicial", disse Zoido.
Do governo catalão, o conselheiro do Território, Josep Rull, falou de um "estado de sítio e repressão sem nuanças", em referência aos registros da Guarda Civil e acrescentou que votar no dia 1º de outubro é "uma questão de dignidade".