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Espanha é potência agroalimentar e não deve temer acordo com Mercosul, diz ministro

Luis Planas também indicou que não acredita que a implementação do acordo gerará protestos dos agricultores espanhóis

Agricultura, Pesca e Alimentação Luis Planas Puchades fala com a mídia antes do início de um Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da UE na Europa, a sede do Conselho da UE em 9 de dezembro de 2024 em Bruxelas, Bélgica. O Conselho terá como objetivo chegar a um acordo político sobre duas propostas da Comissão sobre oportunidades de pesca. Estas são a proposta que abrange as oportunidades de pesca no Atlântico e no Mar do Norte para 2025 e, no caso de alguns estoques, também para 2026, e a proposta sobre as oportunidades de pesca para 2025 no Mediterrâneo e no Mar Negro. (Foto de Thierry Monasse/Getty Images) (Getty Images)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 13h17.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 13h18.

O ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação espanhol, Luis Planas, declarou nesta segunda-feira, 9, que a Espanha não deve temer o acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul porque é uma potência agroalimentar e mencionou “vantagens” que o tratado pode acarretar para os produtores de azeite de oliva, vinho e frutas cítricas.

“Entendo que algumas pessoas possam estar preocupadas, mas eu não estou. Somos uma potência agroalimentar e não precisamos ter medo de abrir o comércio. Estamos muito interessados na conclusão do acordo”, disse Planas ao chegar a uma reunião do Conselho de Ministros da Agricultura e Pesca da União Europeia, quando perguntado sobre o acordo com o Mercosul.

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Em particular, Planas se referiu às “vantagens para setores como azeite de oliva, vinho, carne suína, frutas cítricas e muitos outros”.

O ministro também indicou que não acredita que a implementação do acordo gerará protestos dos agricultores, como os que ocorreram no ano passado por outros motivos.

“Há muita mitologia em torno do Mercosul, como costumava haver em torno do Canadá ou desses acordos comerciais”, argumentou Planas.

Ele se referiu aos temores levantados no passado por outros acordos assinados pela UE, mas que no final beneficiaram os produtores. Para exemplificar, mencionou o pacto entre UE e Canadá, graças ao qual “a Espanha triplicou suas vendas agroalimentares desde que entrou em vigor”, e o acordo com o Japão, que permitiu que a Espanha “quadruplicasse suas vendas agroalimentares” para aquele país.

No entanto, reconheceu que “obviamente, é preciso buscar um equilíbrio”, mas destacou que “este é um acordo equilibrado” tanto globalmente quanto no setor agroalimentar.

O ministro também enfatizou que, no âmbito do acordo, “foi alcançada a proteção de dos valores de qualidade ao nível da União Europeia”.

O político espanhol ressaltou que, além de ser um pacto comercial, o acordo com o Mercosul “é algo mais” e considerou necessária “uma atitude de explicação e, obviamente, também de defesa dos interesses” em relação às preocupações que sua aplicação possa suscitar.

Ele disse que planeja discutir o assunto nesta segunda-feira com os representantes franceses e italianos e membros do Comitê de Organizações Agrícolas e Cooperativas Comunitárias (Copa-Cogeca).

“Acho que o importante é continuar avançando, continuar progredindo. E acredito que esse acordo é um passo muito importante para avançar, sinceramente”, opinou.

Nesse sentido, ele se referiu à importância de concluir o acordo com o Mercosul no contexto geopolítico, com “o novo governo dos EUA e as tensões comerciais com a China”.

De qualquer forma, “se houver alguma dúvida ou preocupação, que eu entendo que possa existir por parte do setor agrícola, sempre temos as cláusulas de salvaguarda” que, nesse caso específico, “podem até ser aplicadas às próprias cotas”.

Planas mencionou, nesse contexto, uma medida desse tipo aplicada no passado à carne bovina do Mercosul.

No sexto dia de seu segundo mandato, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, da Alemanha, voou para Montevidéu para selar um acordo “verdadeiramente histórico” com o bloco do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) após quase 25 anos de negociações, mas que foi recebido de forma desigual pela França e pela Alemanha, os tradicionais “motores” da UE.

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