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Espanha discute medidas após violentos protestos em Barcelona

Mais de 40 mil pessoas participaram de manifestações em Barcelona contra a condenação de líderes separatistas da Catalunha

Catalunha: a Justiça da Espanha condenou nesta semana líderes separatistas (Juan Medina/Reuters)
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AFP

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 13h17.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta quarta-feira (16) reuniões de emergência com a oposição sobre as cenas de guerrilha urbana registradas na véspera em Barcelona e que marcaram uma radicalização dos protestos na Catalunha após a condenação dos líderes pró-independência.

O líder do Partido Popular conservador, Pablo Casado, pediu ao governo espanhol que tome uma série de medidas excepcionais diante de uma "escalada de violência inadmissível" na Catalunha.

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Entre essas medidas, Casado, chefe do principal partido opositor, pediu que seja "aplicada a Lei de Segurança Nacional" para que o Estado assuma os poderes em termos de segurança na Catalunha e garanta que o presidente pró-independência regional Quim Torra "não esteja em nenhum momento na cadeia de comando".

Na madrugada desta quarta, 51 pessoas foram detidas em diversas áreas da Catalunha durante protestos. De acordo com o Ministério do Interior, 29 pessoas acabaram presas na província de Barcelona, 14 em Tarragona e oito em Lleida.

Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos. Alguns deles sofreram fraturas, de acordo com o Ministério.

O centro de Barcelona foi cenário de uma batalha campal entre a polícia e separatistas.

Várias ruas foram bloqueadas por barricadas em chamas. Algumas amanheceram fechadas em consequência da destruição.

No total, 40.000 pessoas participaram da manifestação de Barcelona antes dos confrontos entre centenas de manifestantes, vários deles com os rostos cobertos, e policiais, que tentaram dispersar a multidão à força.

Também foram registrados confrontos nas cidades de Girona, Tarragona e Lleida, onde foram organizadas concentrações diante das respectivas sedes das delegações do governo espanhol.

Os jornais espanhóis classificaram os protestos de "batalha campal".

Após quatro meses de julgamento e outros quatro de deliberação, os juízes do Tribunal Supremo condenaram na segunda-feira, por sedição, nove dos 12 líderes catalães processados a penas de entre nove e 13 anos de prisão.

Os protestos devem prosseguir nesta quarta, e uma greve geral foi convocada para sexta-feira na Catalunha.

Depois de condenar a violência "generalizada" e aparentemente coordenada de terça-feira em Barcelona e em outras cidades catalãs, o governo do socialista Pedro Sánchez anunciou reuniões com os líderes de direita, centro-direita e esquerda radical.

O objetivo é "transmitir a eles a determinação do governo em garantir segurança, com firmeza, proporcionalidade e unidade", tuitou Sánchez.

Nascidos da frustração de dois anos da tentativa fracassada de secessão que deixou os separatistas sem rumos claros, os eventos violentos mostram uma radicalização de uma parte do movimento de independência, que se vangloriava, até então, de ser pacífica.

"Um caminho sem volta começou", afirmou o Comitê de Defesa da República (CDR), grupos auto-organizados e com métodos de protesto rápidos, em um comunicado.

"Não vamos cair na armadilha daqueles que querem nos desmobilizar com o falso argumento da violência", acrescentaram, convocando o governo separatista regional a "romper com o Estado espanhol".

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