Vilnius - O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, se mostrou convencido de que os Estados Unidos "darão explicações necessárias e pertinentes" em relação ao suposto caso de espionagem por parte do serviço secreto americano.

García-Margallo fez estas declarações nesta terça-feira, após o encontro mantido em Vilnius com o ministro das Relações Exteriores da Lituania, Linas Linkevicius.

"As relações com os Estados Unidos foram e são muito boas", declarou o ministro espanhol na entrevista coletiva conjunta. Ontem, o embaixador dos EUA na Espanha, James Costos, se dirigiu à sede do Ministério das Relações Exteriores para dar explicações sobre esse suposto caso de espionagem.

"Dentro dessa margem de cordialidade, eu tenho certeza que os Estados Unidos darão as explicações necessárias e pertinentes neste caso, como corresponde uma relação entre parceiros e aliados que compartilham princípios, valores e interesses comuns", acrescentou García-Margallo.

Questionado sobre como esse episódio pode influenciar as relações entre EUA e União Europeia e suas repercussões sobre o tratado de livre-comércio entre ambas as regiões, García-Margallo apontou que para a Espanha, em particular, e para a UE, em geral, as relações com os EUA têm uma "importância capital".

"Colaboramos de forma muito estreita em segurança e temos posições muito próximas nos grandes assuntos internacionais", destacou o ministro espanhol.

De acordo com García-Margallo, esse tratado de comércio e investimento é "possivelmente" o assunto mais relevante dos próximos anos, já que, segundo ele, criará "a área de comércio mais importante do mundo" e fixará parâmetros aplicáveis nas relações econômicas mundiais.

"Do ponto de vista espanhol, (esse tratado) permitirá desbloquear as negociações com o Mercosul", completou García-Margallo, que ressaltou que as relações com os EUA são "um dos carro-chefe da política externa espanhola" junto à UE.

Neste sentido, o chanceler destacou que a Espanha concede a "máxima importância" nessa relação com os EUA, principalmente do ponto de vista político, econômico e de segurança.