Mundo

Espaço aéreo é reaberto na Espanha, mas tráfego segue tumultuado

Controladores de voo começaram a voltar aos postos de trabalho neste sábado

Voos eram cancelados no Aeroporto de Madri (Lluis Gene/AFP)

Voos eram cancelados no Aeroporto de Madri (Lluis Gene/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2010 às 12h31.

Madri - Os controladores espanhois começavam a voltar a seus postos de trabalho neste sábado, e mais da metade do espaço aéreo espanhol foi reaberto, apesar dos voos, suspensos desde a véspera, não terem sido retomados, indicou a direção aeroportuária AENA.

Dos 58 setores em que se divide o espaço aéreo espanhol, 28 foram reabertos, segundo a fonte, acrescentando, no entanto, que o tráfego aéreo ainda não foi retomado, pois os voos cancelados precisam ser reprogramados.

Além disso, é preciso avisar à Eurocontrol, aos pilotos e aos passageiros.

A volta dos controladores acontece depois que governo espanhol declarou estado de alerta pela greve dos controladores, segundo anunciou o primeiro vice-presidente do executivo, Alfredo Pérez Rubalcaba.

É a primeira vez que se declara o estado de alerta na Espanha desde a volta à democracia após a morte do ditador Francisco Franco, em 1975.

"Os aeroportos permanecem praticamente todos paralisados, por isso o conselho de ministros aprovou um decreto que institui o estado de alerta, de acordo com a Constituição", segundo Rubalcaba. O estado deve durar a princípio 15 dias.

Isso significa que os "controladores passam a estar mobilizados e, no caso de não comparecerem ao trabalho, estarão incorrendo num delito de desobediência tipificado no código penal militar", explicou.

O estado de alerta é reconhecido pela Constituição e em uma lei de 1981 para eventualidades como "terremotos, inundações, incêndios ou acidentes de grande magnitude, crise sanitárias, paralisações de serviços públicos essenciais ou situações de desabastecimento de produtos de primeira necessidade".

A procuradoria de Madri abriu uma investigação por delito de perturbação da ordem pública, punível com penas de até oito anos.

O tráfego aéreo se mantinha paralisado neste sábado na Espanha, com várias companhias aéreas cancelando seus voos a partir de Madri.

Companhias aéreas como KLM, Air France, EasyJet e Ryanair cancelaram neste sábado seus voos a partir de Madri. A companhia aérea espanhola Iberia também anunciou que suspenderia todos seus voos até domingo, às 06H00 (03H00 de Brasília).

Cerca de 250.000 passageiros estavam desde sexta-feira bloqueados pela greve, iniciada pelos controladores em protesto por suas condições de trabalho.

Este movimento obrigou às autoridades a fechar progressivamente quase todo o espaço aéreo espanhol e quase todos os aeroportos deixaram de operar.

O fechamento aeroportuário ocorreu no início de um feriado prolongado na Espanha até a próxima quarta-feira, quando eram previstas milhares de viagens, e "está provocando graves problemas no tráfego aéreo de toda a Espanha".

O movimento dos controladores aéreos aconteceu depois do governo espanhol aprovar, na manhã de sexta-feira, a privatização parcial da gestão dos aeroportos.

Essa decisão, segundo os controladores, o obrigavam a trabalhar mais horas, o que supõe uma situação insustentável.

"Vivemos denunciado há meses que estamos chegando a nosso máximo de horas, o e que isso ia acontecer no mês de dezembro", denunciou o porta-voz do sindicato dos controladores USCA, Daniel Zamit.

Segundo cifras do ministério dos Transportes, dos 2.300 controladores aéreos ativos na Espanha, 135 recebem mais de 600.000 euros anuais e 713, entre os 360.000 e 540.000 euros, cifra bem maior que seus colegas europeus, devido a um sistema muito vantajoso.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoEspanhaEuropaGrevesPiigsSetor de transporte

Mais de Mundo

American Airlines retoma voos nos EUA após paralisação nacional causada por problema técnico

Papa celebra o Natal e inicia o Jubileu 2025, 'Ano Santo' em Roma

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel