Martelo de juiz: Csatáry, de 96 anos, foi responsável pela deportação de até 15 mil judeus aos campos de extermínio (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2012 às 13h16.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 11h50.
Praga - A Eslováquia anunciou nesta segunda-feira que pedirá a extradição do ex-militar nazista László Csatáry, que atualmente cumpre prisão em regime domiciliar em Budapeste.
"Tenho interesse pessoal que, após analisar todas as circunstâncias, o juiz eslovaco exija que László Csatáry seja entregue à Eslováquia", afirmou hoje o ministro da Justiça Eslováquia, Tomás Borec.
Segundo o ministro, seu departamento entregou a um Tribunal de Kosice no último 27 de julho a sentença de morte contra Csatáry, que foi emitida em 1948 e encontrada recentemente nos arquivos do Escritório da Memória Histórica.
Como já havia adiantado o governo do país centro-europeu, Borec confirmou que a Eslováquia quer que o réu "cumpra sua sentença de prisão". No entanto, o ministro também afirmou que seu Ministério não "pode interferir nas gestões do Tribunal de Kosice, que é quem deve emitir a ordem de prisão através do sistema SIRENE".
O ministro da Justiça da Eslováquia reconheceu que o processo de extradição de Csatáry pode ser influenciado pelos crimes cometidos na Hungria, além da decisão final do magistrado de Kosice.
Por sua parte, a fiscal do Estado eslovaco, Monika Jankovska, assegurou que "o Tribunal decidirá a troca da pena (de morte) por uma prisão em vida".
Em junho de 1948, em um tribunal popular comunista, Csatáry foi julgado culpado como ocupante fascista e colaborador, o que fez com que o réu fosse condenado a morte e tivesse seus direitos de cidadania suspensos durante 15 anos, além do confisco de todos seus bens.
O processo judicial contra Csatáry "foi parte de um processo de retribuição", indicaram na última semana fontes do Escritório da Memória Histórica.
O processo de retribuição citado era a forma como "se fazia justiça no direito penal do pós-guerra pelos crimes dos regimes totalitários. Se tratava de um fenômeno europeu", acrescentou Monika.
Csatáry, de 96 anos e um dos supostos criminosos nazistas mais procurados do mundo, foi responsável pela deportação de até 15 mil judeus aos campos de extermínio. Recentemente, o suposto criminoso foi preso em seu domicílio de Budapeste, onde já estava há vários meses sob vigilância.