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Escrava de Londres é filha de decifrador da 2ª Guerra

Uma das mulheres que permaneceram mais de 30 anos em regime de escravidão doméstica em Londres é filha de um decifrador da Segunda Guerra Mundial


	O detetive Kevin Hyland participa de uma entrevista coletiva em Londres: mulheres foram resgatadas no último dia 25 de outubro
 (AFP)

O detetive Kevin Hyland participa de uma entrevista coletiva em Londres: mulheres foram resgatadas no último dia 25 de outubro (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 09h09.

Londres - Uma das três mulheres que permaneceram mais de 30 anos em regime de "escravidão doméstica" em uma casa no sul de Londres é filha de um decifrador da Segunda Guerra Mundial, revelou nesta quarta-feira o jornal "The Times" em sua edição online.

A mulher, identificada como Josephine Herivel, de 57 anos, é filha de John Herivel, um decifrador da famosa instalação Bletchley Park, onde os britânicos tentavam decifrar os códigos contidos na máquina Enigma - o aparelho utilizado pela Alemanha nazista para pôr os aliados em xeque.

Segundo a imprensa britânica, Josephine, de origem irlandesa, foi quem fez a ligação à ONG para denunciar a calamitosa situação em que ela e as duas outras vítimas viviam na residência situada na capital britânica.

Criada em Belfast com outras duas irmãs, Mary e Susan, Josephine Herivel se uniu a uma organização maoísta nos anos 70 após se mudar para Londres e se desvincular de sua família, de acordo com a informação publicada hoje pelo "The Times".

No entanto, em 2011, quando seu pai morreu, seu obituário só fazia menção a Mary e Susan, que agora também vivem em Londres.

Apesar de a família ter tentado localizar Josephine, os esforços foram infrutíferos, como revelou uma amiga dos pais da vítima, Frances Presley.

"Eles tentaram entrar em contato com ela durante anos. Eu sei que ela esteve envolvida em algum tipo de grupo de culto", acrescentou a amiga da família.

De acordo com a imprensa local, os sequestradores das mulheres são Aravindan Balakrishnan, de origem indiana, e sua mulher, Chanda, oriunda da Tanzânia, que também estiveram vinculados a um centro maoísta do bairro de Brixton, no sul de Londres, nos anos 70.

A polícia confirmou que, além de uma irlandesa de 57 anos (Josephine), as outras duas vítimas são uma malaia de 69 anos e uma britânica de 30, a qual, inclusive, poderia ter nascido durante o cárcere.

As três mulheres foram resgatadas no último dia 25 de outubro, depois que a irlandesa fizesse uma chamada de telefone, no dia 18 de outubro, à ONG "freedom Charity", que, por sua vez, repassou o caso à Polícia de Londres.

A polícia indicou que as três sofreram abusos emocionais e físicos durante o período em que estiveram presas.

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