Escândalo Petraeus põe em perigo ascensão de John Allen
Allen manteve ''comunicações inapropriadas'' com Jill Kelley, a mulher que disse ter recebido e-mails ameaçadores da amante de Petraeus, Paula Broadwell.
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2012 às 19h52.
Washington - O escândalo que causou a renúncia do diretor da CIA (agência americana de inteligência), David Petraeus, colocou nesta terça-feira em suspenso a nomeação do general John Allen, chefe militar dos Estados Unidos no Afeganistão, como comandante aliado supremo na Europa, por causa de supostos vínculos com o caso.
Segundo os primeiros dados revelados pelo FBI (polícia federal americana), Allen manteve ''comunicações inapropriadas'' com Jill Kelley, a mulher que disse ter recebido e-mails ameaçadores da amante de Petraeus, Paula Broadwell.
Nessas mensagens, enviadas de uma conta anônima, Paula pedia a Jill para pôr fim a seu comportamento ''amável demais'' em relação a Petraeus, aparentemente porque sentia ciúmes dela.
Na sexta-feira passada o então diretor da CIA apresentou sua demissão por ter mantido uma relação extraconjugal da qual não deu mais detalhes, mas horas mais tarde a imprensa começou a apontar Paula como a mulher com a qual foi infiel a sua esposa.
A investigação foi iniciada por um agente do FBI amigo de Jill, a quem esta contou em maio que tinha recebido mensagens ameaçadoras anônimas, assunto que o agente levou à Unidade de Delitos Cibernéticos do FBI que começou a revelar o escândalo.
Os supervisores do agente do FBI amigo de Jill que iniciou a investigação descobriram que ele havia se tornado ''obcecado'' pelo caso e o proibiram de continuar vinculado à investigação, segundo ''The Wall Street Journal''.
Após ser excluído do caso, o agente revelou o assunto ao congressista republicano do estado de Washington David Reichert, perante o temor de que o FBI decidisse não continuar com as investigações.
Entre elas, na noite de ontem vários agentes do FBI revistaram a casa da amante de Petraeus em Charlotte (Carolina do Norte), embora os propósitos exatos da ação sejam desconhecidos.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, anunciou hoje ter ordenado que se abra uma investigação sobre Allen, na qual, segundo ''The New York Times'', o Pentágono está revisando entre 20.000 e 30.000 páginas de documentos relacionados com o caso, muitos deles e-mails.
O general Allen, do Corpo de Infantaria da Marinha, e de 58 anos de idade, assumiu em julho de 2011 o comando das forças dos EUA e da Força Internacional de Assistência para a Segurança no Afeganistão, como sucessor do general David Petraeus.
O presidente Barack Obama tinha aceitado a recomendação do chefe do Pentágono postulando Allen como comandante aliado supremo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a partir de começo de 2013, mas hoje ordenou que ela se mantenha em suspenso.
O escândalo se complica à medida que se conhecem mais detalhes e o FBI está sendo questionado por não ter informado antes da investigação que mostrou o romance, enquanto há preocupação sobre se a amante de Petraeus obteve informação classificada.
Como o FBI descobriu a relação extraconjugal de Petraeus com Paula, sua biógrafa, já não é um mistério, mas crescem as dúvidas sobre o porquê de o assunto só ter vazado na semana passada, apesar de responsáveis do Departamento de Justiça saberem dele desde o verão (hemisfério norte).
Segundo confirmou a presidente da Comissão de Inteligência do Senado, a democrata Dianne Feinstein, vários congressistas, entre eles o líder da maioria republicana na câmara baixa, Eric Cantor, souberam do caso e da investigação a Paula antes de Obama.
Mas as dúvidas não só planam sobre o momento escolhido para revelar a investigação e para a renúncia de Petraeus, mas também sobre a informação classificada à qual Paula pôde ter acesso durante sua relação com o diretor da CIA.
Agentes do FBI descobriram no computador que a amante de Petraeus entregou voluntariamente documentação classificada que este negou ter lhe facilitado.
Em discurso na Universidade de Denver no dia 26 de outubro, gravado em vídeo e que vários meios divulgaram, Paula faz afirmações surpreendentes sobre o ataque ao consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), ocorrido no dia 11 de setembro e no qual morreram o embaixador Chris Stevens e outros três americanos.
Paula, ex-oficial da inteligência militar, afirma nesse discurso que um grupo de líbios atacou o consulado para resgatar prisioneiros de guerra detidos em um prédio anexo da CIA e sugere que o próprio Petraeus tinha essa informação, o que implica que ele pôde ter sido sua fonte.
Washington - O escândalo que causou a renúncia do diretor da CIA (agência americana de inteligência), David Petraeus, colocou nesta terça-feira em suspenso a nomeação do general John Allen, chefe militar dos Estados Unidos no Afeganistão, como comandante aliado supremo na Europa, por causa de supostos vínculos com o caso.
Segundo os primeiros dados revelados pelo FBI (polícia federal americana), Allen manteve ''comunicações inapropriadas'' com Jill Kelley, a mulher que disse ter recebido e-mails ameaçadores da amante de Petraeus, Paula Broadwell.
Nessas mensagens, enviadas de uma conta anônima, Paula pedia a Jill para pôr fim a seu comportamento ''amável demais'' em relação a Petraeus, aparentemente porque sentia ciúmes dela.
Na sexta-feira passada o então diretor da CIA apresentou sua demissão por ter mantido uma relação extraconjugal da qual não deu mais detalhes, mas horas mais tarde a imprensa começou a apontar Paula como a mulher com a qual foi infiel a sua esposa.
A investigação foi iniciada por um agente do FBI amigo de Jill, a quem esta contou em maio que tinha recebido mensagens ameaçadoras anônimas, assunto que o agente levou à Unidade de Delitos Cibernéticos do FBI que começou a revelar o escândalo.
Os supervisores do agente do FBI amigo de Jill que iniciou a investigação descobriram que ele havia se tornado ''obcecado'' pelo caso e o proibiram de continuar vinculado à investigação, segundo ''The Wall Street Journal''.
Após ser excluído do caso, o agente revelou o assunto ao congressista republicano do estado de Washington David Reichert, perante o temor de que o FBI decidisse não continuar com as investigações.
Entre elas, na noite de ontem vários agentes do FBI revistaram a casa da amante de Petraeus em Charlotte (Carolina do Norte), embora os propósitos exatos da ação sejam desconhecidos.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, anunciou hoje ter ordenado que se abra uma investigação sobre Allen, na qual, segundo ''The New York Times'', o Pentágono está revisando entre 20.000 e 30.000 páginas de documentos relacionados com o caso, muitos deles e-mails.
O general Allen, do Corpo de Infantaria da Marinha, e de 58 anos de idade, assumiu em julho de 2011 o comando das forças dos EUA e da Força Internacional de Assistência para a Segurança no Afeganistão, como sucessor do general David Petraeus.
O presidente Barack Obama tinha aceitado a recomendação do chefe do Pentágono postulando Allen como comandante aliado supremo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a partir de começo de 2013, mas hoje ordenou que ela se mantenha em suspenso.
O escândalo se complica à medida que se conhecem mais detalhes e o FBI está sendo questionado por não ter informado antes da investigação que mostrou o romance, enquanto há preocupação sobre se a amante de Petraeus obteve informação classificada.
Como o FBI descobriu a relação extraconjugal de Petraeus com Paula, sua biógrafa, já não é um mistério, mas crescem as dúvidas sobre o porquê de o assunto só ter vazado na semana passada, apesar de responsáveis do Departamento de Justiça saberem dele desde o verão (hemisfério norte).
Segundo confirmou a presidente da Comissão de Inteligência do Senado, a democrata Dianne Feinstein, vários congressistas, entre eles o líder da maioria republicana na câmara baixa, Eric Cantor, souberam do caso e da investigação a Paula antes de Obama.
Mas as dúvidas não só planam sobre o momento escolhido para revelar a investigação e para a renúncia de Petraeus, mas também sobre a informação classificada à qual Paula pôde ter acesso durante sua relação com o diretor da CIA.
Agentes do FBI descobriram no computador que a amante de Petraeus entregou voluntariamente documentação classificada que este negou ter lhe facilitado.
Em discurso na Universidade de Denver no dia 26 de outubro, gravado em vídeo e que vários meios divulgaram, Paula faz afirmações surpreendentes sobre o ataque ao consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), ocorrido no dia 11 de setembro e no qual morreram o embaixador Chris Stevens e outros três americanos.
Paula, ex-oficial da inteligência militar, afirma nesse discurso que um grupo de líbios atacou o consulado para resgatar prisioneiros de guerra detidos em um prédio anexo da CIA e sugere que o próprio Petraeus tinha essa informação, o que implica que ele pôde ter sido sua fonte.