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Erro dos pilotos causou acidente de Air Algérie no Mali

Pilotos do avião MD83 da companhia, operada pela Swiftair, que caiu no Mali em julho do ano passado, não ativaram o sistema anticongelante das sondas de pressão

Avião da Air Algérie: as 116 pessoas a bordo morreram (Abdallahh / Hhussein Abdallah/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2015 às 14h55.

Paris - Os pilotos do avião MD83 da companhia Air Algérie , operado pela espanhola Swiftair, que caiu no Mali em 24 de julho de ano passado, matando as 116 pessoas a bordo, não ativaram o sistema anticongelante das sondas de pressão, segundo os especialistas franceses que investigam o acidente.

O erro foi a causa da queda do avião no norte do Mali, segundo as conclusões preliminares do Escritório de Investigação e Análise (BEA), encarregado ao lado das autoridades malineses das análises técnicas sobre a tragédia.

Os seis membros da tripulação eram espanhóis, e os passageiros tinham nacionalidade de 13 países. O avião fazia o trajeto entre Ougadougou, em Burkina Faso, e Argel, na Argélia.

Os investigadores, que devem publicar suas conclusões definitivas no final de ano, anteciparam que os pilotos do avião não ativaram o sistema de congelamento das sondas, o que levou os computadores de bordo a registrarem dados errados sobre a pressão no interior do aparelho.

Segundo o BEA, o avião decolou normalmente de Ouagadougou e, após passar por uma zona de tormenta, o piloto automático foi ativado na altura de cruzeiro, a cerca de 9.500 metros.

Dois minutos mais tarde, segundo o BEA, o valor da pressão registrado pelo avião, "parâmetro fundamental para a conduta dos motores", era errôneo para o motor direito, e 55 segundos mais tarde também para o esquerdo.

"Isso se deveu, aparentemente, ao congelamento das sondas de pressão situadas nos motores", de acordo com o BEA. O organismo ressaltou que estes aparatos contam com um sistema de proteção contra o congelamento por meio da liberação de ar quente.

Os investigadores franceses dizem que a "análise dos dados disponíveis indica que a tripulação, aparentemente, não ativou estes sistemas durante a situação do avião em sua altura de cruzeiro".

Com os dados errados, o piloto automático reduziu a velocidade do avião, que por isso que não pôde manter a altura de cruzeiro.

Para corrigir a situação, o piloto automático ordenou que o avião apontasse para cima para manter altura, o que teve o efeito contrário, já que ele deixou de planar e foi caindo.

Após 20 segundos de queda livre, o piloto automático se desligou e o avião virou bruscamente para a esquerda, até atingir uma inclinação de 140 graus e um ângulo de queda de 80 graus.

Em nenhum momento foi registrada uma manobra da tripulação para impedir que o avião caísse, segundo os especialistas.

O relatório frisou que existem dois incidentes similares registrados com este tipo de avião, mas em nenhum dos dois casos houve um acidente porque o problema foi detectado e corrigido pelos pilotos.

Os investigadores explicaram que prosseguem trabalhando para verificar a hipótese com outros dados do voo.

Além disso, estudarão as possíveis reações da tripulação, apesar de não contarem com as gravações da cabine, já que a caixa-preta com este registro não está funcionando.

O BEA também irá analisar "a formação e o acompanhamento" das tripulações da Swiftair.

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Paris - Os pilotos do avião MD83 da companhia Air Algérie , operado pela espanhola Swiftair, que caiu no Mali em 24 de julho de ano passado, matando as 116 pessoas a bordo, não ativaram o sistema anticongelante das sondas de pressão, segundo os especialistas franceses que investigam o acidente.

O erro foi a causa da queda do avião no norte do Mali, segundo as conclusões preliminares do Escritório de Investigação e Análise (BEA), encarregado ao lado das autoridades malineses das análises técnicas sobre a tragédia.

Os seis membros da tripulação eram espanhóis, e os passageiros tinham nacionalidade de 13 países. O avião fazia o trajeto entre Ougadougou, em Burkina Faso, e Argel, na Argélia.

Os investigadores, que devem publicar suas conclusões definitivas no final de ano, anteciparam que os pilotos do avião não ativaram o sistema de congelamento das sondas, o que levou os computadores de bordo a registrarem dados errados sobre a pressão no interior do aparelho.

Segundo o BEA, o avião decolou normalmente de Ouagadougou e, após passar por uma zona de tormenta, o piloto automático foi ativado na altura de cruzeiro, a cerca de 9.500 metros.

Dois minutos mais tarde, segundo o BEA, o valor da pressão registrado pelo avião, "parâmetro fundamental para a conduta dos motores", era errôneo para o motor direito, e 55 segundos mais tarde também para o esquerdo.

"Isso se deveu, aparentemente, ao congelamento das sondas de pressão situadas nos motores", de acordo com o BEA. O organismo ressaltou que estes aparatos contam com um sistema de proteção contra o congelamento por meio da liberação de ar quente.

Os investigadores franceses dizem que a "análise dos dados disponíveis indica que a tripulação, aparentemente, não ativou estes sistemas durante a situação do avião em sua altura de cruzeiro".

Com os dados errados, o piloto automático reduziu a velocidade do avião, que por isso que não pôde manter a altura de cruzeiro.

Para corrigir a situação, o piloto automático ordenou que o avião apontasse para cima para manter altura, o que teve o efeito contrário, já que ele deixou de planar e foi caindo.

Após 20 segundos de queda livre, o piloto automático se desligou e o avião virou bruscamente para a esquerda, até atingir uma inclinação de 140 graus e um ângulo de queda de 80 graus.

Em nenhum momento foi registrada uma manobra da tripulação para impedir que o avião caísse, segundo os especialistas.

O relatório frisou que existem dois incidentes similares registrados com este tipo de avião, mas em nenhum dos dois casos houve um acidente porque o problema foi detectado e corrigido pelos pilotos.

Os investigadores explicaram que prosseguem trabalhando para verificar a hipótese com outros dados do voo.

Além disso, estudarão as possíveis reações da tripulação, apesar de não contarem com as gravações da cabine, já que a caixa-preta com este registro não está funcionando.

O BEA também irá analisar "a formação e o acompanhamento" das tripulações da Swiftair.

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