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Erdogan reitera promessa de promover referendo sobre UE

Erdogan também repetiu sua promessa de fazer uma consulta popular sobre a reintrodução da pena de morte, abolida em 2004

Tayyip Erdogan: o presidente turco reiterou sua acusação de que a Europa "apoia organizações terroristas" (Umit Bektas/Reuters)
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EFE

Publicado em 17 de abril de 2017 às 15h58.

Ancara - O presidente da Turquia , Recep Tayyip Erdogan, reiterou nesta segunda-feira sua promessa de submeter à consulta popular o prosseguimento das negociações para entrar na União Europeia (UE), após o referendo constitucional de ontem.

Erdogan fez para seus apoiadores em Ancara um discurso forte, muito similar aos da campanha das semanas anteriores, nos quais criticou países europeus como Holanda e Alemanha que impediram atos eleitorais de ministros turcos e manifestações de imigrantes turcos a favor da reforma.

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"Esses países, que atacaram nossos cidadãos com cavalos e cães, agora falam de congelar nossas relações com a Europa. Que o façam! Que tomem essa decisão e nos avisem!", clamou o chefe de Estado.

"Vamos sentar-nos e fazer um referendo sobre isto. O Reino Unido fez isso e agora sai da UE (...), a Noruega se foi (abandonou negociações iniciadas). Ou cumprem as promessas que fizeram ou também vamos sair", disse Erdogan em um discurso transmitido pela emissora "CNNTürk".

O presidente turco reiterou sua acusação de que a Europa "apoia organizações terroristas", em aparente alusão às milícias curdas da Síria, e acrescentou que a Turquia, "aconteça o que acontecer, não permitirá um espaço de terrorismo próximo a suas fronteiras".

Erdogan também repetiu sua promessa, feita quase que diariamente durante a campanha para o referendo, de fazer uma consulta popular sobre a reintrodução da pena de morte, abolida em 2004, se esta não for aprovada diretamente no parlamento.

Embora os três maiores partidos possam apoiá-la, não parece verosímil que esta medida, que exigiria outra reforma constitucional, alcance dois terços de votos no plenário, mas pode chegar aos três quintos, necessários para um plebiscito.

"Se for aprovado no parlamento, eu assino. Se não, faremos um referendo. Não temos o poder de perdoar os assassinos de nossos mártires", proclamou o presidente turco, em aparente alusão às vítimas do golpe de Estado fracassado de julho do ano passado.

Os juristas turcos, no entanto, consideram que seria impossível aplicar a pena capital de forma retroativa para delitos cometidos antes de sua entrada em vigor.

Alguns políticos europeus defenderam o fim das negociações de adesão da Turquia à UE, em reação à aprovação da polêmica reforma constitucional na Turquia que, validada no referendo de ontem, transfere todo o poder executivo a Erdogan.

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