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Erdogan defende mudança de atitude de europeus contra terrorismo

O presidente da Turquia disse que os europeus não poderão andar em segurança pelas ruas se mantiverem sua atitude atual em relação a seu país

Erdogan: "Se a Europa continuar neste caminho, nenhum europeu em parte alguma do mundo poderá andar em segurança pelas ruas. A Europa será prejudicada por isso" (foto/Reuters)

Erdogan: "Se a Europa continuar neste caminho, nenhum europeu em parte alguma do mundo poderá andar em segurança pelas ruas. A Europa será prejudicada por isso" (foto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de março de 2017 às 17h53.

Ancara- O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta quarta-feira que os europeus não poderão andar em segurança pelas ruas se mantiverem sua atitude atual em relação a seu país, na mais recente crítica em uma desavença crescente a respeito de uma campanha de políticos turcos pela Europa.

A Turquia está mergulhada em uma crise com a Alemanha e a Holanda, que acusa de usarem "métodos nazistas" por impedirem ministros turcos de discursar em manifestações para angariar apoio a um referendo, marcado para 16 de abril, que pode ampliar os poderes de Erdogan.

Os comentários provocaram uma deterioração acentuada nos laços com a União Europeia, à qual a Turquia ainda aspira a se filiar. Seus aliados europeus alegam razões de segurança

"A Turquia não é um país que você pode puxar e empurrar, não é um país cujos cidadãos você pode arrastar pelo chão", disse Erdogan em um evento para jornalistas turcos em Ancara transmitido ao vivo na televisão nacional.

"Se a Europa continuar neste caminho, nenhum europeu em parte alguma do mundo poderá andar em segurança pelas ruas. A Europa será prejudicada por isso. Nós, a Turquia, conclamamos a Europa a respeitar os direitos humanos e a democracia", afirmou.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, aproveitou seu primeiro discurso no cargo, nesta quarta-feira, para alertar Erdogan que ele corre o risco de destruir tudo que sua nação conquistou em anos recentes e também de danificar os laços diplomáticos.

"A maneira como encaramos (a Turquia) é caracterizada pela preocupação, que tudo que foi construído ao longo de anos e décadas esteja desmoronando", disse Steinmeier em seu discurso de posse ao aceitar o cargo eminentemente simbólico.

Ele pediu o fim das "indizíveis comparações nazistas".

O vice-ministro das Relações Exteriores turco, Numan Kurtulmus, disse mais cedo que, embora autoridades de Ancara ainda estejam participando de eventos para expatriados turcos por toda a Europa, não estão fazendo campanha para o referendo.

Na terça-feira, a União de Democratas Turcos Europeus, que organiza os eventos no continente, comunicou que líderes de seu país não irão mais realizar comícios na Alemanha, já que um aliado da chanceler, Angela Merkel, afirmou que eles não são bem-vindos.

Outro vice-chanceler turco, Veysi Kaynak, criticou a Noruega por conceder asilo a militares turcos suspeitos de ligação com o grupo religioso acusado por Ancara de orquestrar a tentativa de golpe de Estado de julho.

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