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Erdogan começa busca por novo primeiro-ministro turco

"Eu não serei o presidente apenas daqueles que votaram em mim. Eu serei o presidente de 77 milhões", afirmou, em contraste com tom divisionista de sua campanha


	Erdogan: ele domina a política turca há mais de uma década e prometeu transformar a presidência de um cargo cerimonial em um posto mais poderoso
 (Getty Images)

Erdogan: ele domina a política turca há mais de uma década e prometeu transformar a presidência de um cargo cerimonial em um posto mais poderoso (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 10h29.

Istambul - O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, convocou a liderança de seu partido nesta segunda-feira com o objetivo de encontrar um novo premiê para o país após sua vitória, no primeiro turno, na primeira eleição presidencial direta em território turco.

Resultados não oficiais do pleito divulgados pelos meios de comunicação do país indicam que Erdogan venceu a eleição com cerca de 51,9% dos votos, enquanto seu principal adversário, Ekmeleddin Ihsanoglu, obteve 38,3%. Selahattin Demirtas, um jovem político curdo que apresentou uma plataforma de esquerda, ficou em terceiro, com 9,7% dos votos.

A Comissão Eleitoral deve divulgar os dados oficiais nesta segunda-feira.

Em seu discurso de vitória, na noite de domingo, Erdogan usou um tom conciliatório em relação a seus críticos, que temem sua permanência no poder por mais cinco anos. Erdogan já cumpriu três mandatos como primeiro-ministro.

"O dia de hoje representa um marco para a Turquia. Hoje é o dia em que a Turquia renasceu de suas cinzas e uma nova Turquia é construída", disse ele da sacada da sede do seu Partido, o Justiça e Desenvolvimento, em Ancara, a milhares de partidários de aplaudiam e agitavam bandeiras.

"Eu não serei o presidente apenas daqueles que votaram em mim. Eu serei o presidente de 77 milhões", afirmou ele, em forte contraste com o tom amargo e divisionista usado em sua campanha.

Erdogan, que tem dominado a política turca há mais de uma década, prometeu transformar a presidência de um cargo principalmente cerimonial num posto mais poderoso. Ele disse que vai colocar em prática os poderes inativos do cargo - um legado do golpe de 1980 - que incluem a capacidade de convocar o Parlamento e reuniões de gabinete.

Quem quer que substitua Erdogan como primeiro-ministro, vai ocupar o cargo até o próximo ano, quando serão realizadas novas eleições gerais. Muitos acreditam que Erdogan vai indicar um premiê complacente e tomar o poder para si.

Monitores criticam cobertura da mídia

Monitores internacionais que estiveram na Turquia por causa da eleição disseram que houve um desequilíbrio na cobertura dos meios de comunicação em favor de Erdogan antes do pleito.

Os monitores disseram que o "uso de sua posição oficial, além de uma cobertura enviesada da mídia, deu a ele uma vantagem nítida sobre os outros candidatos".

Apesar disso, Vilija Aleknaite Abramkiene, coordenador dos monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), disse nesta segunda-feira que a votação mostrou "que há uma vibrante vida política na Turquia" e que os resultados mostram "potencial para um equilíbrio saudável das forças políticas".

Fonte: Associated Press.

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