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Equipe da Opaq tem acesso negado a Duma por questões de segurança

Funcionários sírios e russos informaram que os investigadores estão trabalhando em questões de segurança pendentes

Síria: equipe da Opaq vai investigar o suposto ataque químico em Duma (Reuters/William Ismail/Reuters)

Síria: equipe da Opaq vai investigar o suposto ataque químico em Duma (Reuters/William Ismail/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de abril de 2018 às 14h19.

Última atualização em 16 de abril de 2018 às 14h26.

Haia - A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) afirmou nesta segunda-feira que especialistas do órgão enviados à Síria para analisar o ataque em Duma, nos arredores de Damasco, não tiveram autorização para ir à cidade por questões de segurança alegadas pelos governos russo e sírio.

"Funcionários sírios e russos que participaram das reuniões preparatórias em Damasco informaram à equipe de investigadores que ainda estão trabalhando em questões de segurança pendentes", disse o diretor da Opaq, Ahmet Üzümcü.

A Síria ofereceu à equipe de nove investigadores da Opaq depoimentos de 22 testemunhas do suposto ataque ocorrido há nove dias em Duma, onde foi registrada a denúncia contra o regime de Bashar al Assad. As entrevistas ocorreriam em Damasco.

Üzümcu pediu que os passos necessários para autorizar o envio da equipe da Opaq a Duma sejam tomados o mais rápido possível. Os trabalhos deveriam ter começado no último sábado, quando Estados Unidos, Reino Unido e França realizaram um ataque de retaliação contra alvos ligados à produção de armas químicas da Síria.

Enquanto espera uma resposta de russos e sírios, a Opaq informou que enviou uma carta à Organização Mundial de Saúde (OMS) pedindo informações sobre as vítimas do suposto ataque.

O chefe da delegação do Reino Unido na Opaq, Peter Wilson, alertou que Rússia e Síria devem cooperar com os especialistas e afirmou que o acesso à região do ataque é essencial para o trabalho.

"O regime sírio tem um histórico abominável de uso de armas químicas contra sua própria gente. O uso se tornou uma arma de guerra muito comum no conflito", disse Wilson.

As declarações do representante britânico foram dadas em uma reunião de emergência da Opaq realizada hoje em Haia. A delegação da Rússia reiterou o compromisso do país em garantir a segurança da missão de especialistas do órgão e afirmou que não interferirá no trabalho de investigação em Duma quando o acesso for autorizado.

Apesar de a reunião da Opaq ser a portas fechadas, diferentes participantes estão publicando seus discursos nas redes sociais.

O representante russo na Opaq, Alexander Shulgin, afirmou que especialistas do país foram a Duma imediatamente depois da libertação da região na última semana e visitaram locais onde supostamente teriam ocorrido ataques com armas químicas.

"Visitamos o hospital que aparecia nos relatórios das ONGs e não encontramos nem um sinal de uso de armas químicas em Duma. Não encontramos testemunhas ou vítimas no hospital, nem restos de munição química", afirmou Shulgin.

Segundo a Rússia, o Reino Unido está utilizando o termo "provável" para falar sobre o ataque com armas químicas na Síria, uma prova de que os britânicos estão "mentindo" para a comunidade internacional sobre o que de fato ocorreu em Duma.

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