Mundo

Equatorianos abrem no Brasil processo para cobrar multa milionária à Chevron

Empresa é acusada de danos ambientais causados na Amazônia equatoriana durante o tempo em que a companhia operou na região, entre 1964 e 1990

Chevron: a petrolífera, por sua vez, respondeu que a sentença emitida contra si no Equador não é "executável" (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Chevron: a petrolífera, por sua vez, respondeu que a sentença emitida contra si no Equador não é "executável" (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2012 às 06h24.

Quito - Os equatorianos que ganharam em seu país um julgamento ambiental contra a Chevron abriram nesta quarta-feira no Brasil um processo para tentar cobrar a milionária indenização à qual foi condenada a petrolífera americana em um tribunal do país andino.

A informação foi dada em Quito pela Assembleia de Afetados, que reúne cerca de 30 mil equatorianos, entre eles muitos indígenas, que culpam a Chevron pelos danos ambientais causados na Amazônia - na parcela equatoriana - durante o tempo em que a companhia operou na região, entre 1964 e 1990.

A petrolífera, por sua vez, respondeu que a sentença emitida contra si no Equador não é "executável", pois considera que essa decisão é "produto de suborno e fraude".

Os equatorianos da Assembleia de Afetados pretendem executar a multa de US$ 18 bilhões, ratificada em duas instâncias judiciais, embora o processo esteja agora em mãos da Corte Nacional, a Suprema Corte de Justiça do Equador, que estuda um recurso de cassação apresentado pela companhia.

A ação empreendida no Brasil é a segunda que os litigantes apresentam, já que no final de maio fizeram o mesmo no Canadá.

Em seu comunicado, a Assembleia de Afetados assinala que o jurista brasileiro Sérgio Bermudes interpôs 'a ação legal para a homologação da sentença contra a Chevron pela contaminação ambiental gerada nas províncias (amazônicas) de Orellana e Sucumbíos durante sua operação'.

O processo judicial começou há dez anos contra a Texaco, posteriormente adquirida pela Chevron, em tribunais dos Estados Unidos, mas se transferiu ao Equador por pedido da própria companhia, que agora impugna a sentença.

Segundo os litigantes, os danos causados pela petrolífera americana são 'imensamente superiores aos ocasionados por acidentes como o do Golfo do México, com a agravante de que no Equador foram produzidos de maneira deliberada, por ações negligentes da companhia'.

A associação lembra que 'Brasil e Equador são signatários de um tratado que facilita a execução recíproca de sentenças entre os países da América Latina, o que pode agilizar o processo de execução'.


A Chevron já não possui ativos no Equador, mas os litigantes prometeram perseguir a execução da sentença em qualquer parte do mundo onde a gigante petrolífera esteja presente.

Por fim, os litigantes equatorianos lembraram em seu texto que a companhia também enfrenta no Brasil denúncias por supostos danos ambientais relacionados com derramamento de petróleo em alto-mar.

Em resposta, a Chevron assegurou que a sentença emitida contra si 'é ilegítima e produto de suborno e fraude, pelo que a companhia não considera que a sentença do Equador seja executável perante qualquer tribunal que respeite o estado de direito'. EFE

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChevronEmpresasEmpresas americanasEquadorIndústria do petróleoMeio ambientePoluiçãoProcessos judiciais

Mais de Mundo

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento

Maduro propõe reforma constitucional para reforçar controle político na Venezuela

Atropelamento em feira de Natal na Alemanha mata duas pessoas e caso é investigado como terrorismo

Portugal aprova lei que facilita pedido de residência para brasileiros