EPE: potencial para energia eólica pode dobrar no País
Brasília - O potencial para a geração de energia eólica no Brasil, hoje estimado em 143 mil megawatts (cerca de dez hidrelétricas de Itaipu), poderá dobrar com o advento de torres mais altas que as atualmente usadas. "Essa é a estimativa que vem sendo feita no mercado de energia eólica", comentou hoje o presidente da […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - O potencial para a geração de energia eólica no Brasil, hoje estimado em 143 mil megawatts (cerca de dez hidrelétricas de Itaipu), poderá dobrar com o advento de torres mais altas que as atualmente usadas. "Essa é a estimativa que vem sendo feita no mercado de energia eólica", comentou hoje o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, após participar de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, que debateu a situação da energia eólica no País.
Segundo ele, o cálculo dos 143 mil MW foi feito levando-se em conta aerogeradores de 50 metros de altura. Porém, já estão sendo desenvolvidas torres mais altas, de 80 a 100 metros de altura. Tolmasquim explicou que, com a altura maior, é possível captar ventos mais fortes e que sopram com mais frequência.
No ano passado, o governo realizou o primeiro leilão de energia voltado exclusivamente para as centrais eólicas. No fim de agosto deste ano, será realizado um leilão de energia dedicado a três fontes renováveis (biomassa, eólica e pequenas centrais hidrelétricas), no qual as centrais eólicas deverão predominar.
Tolmasquim afirmou que, dos 14 mil megawatts já inscritos para a disputa, 10 mil MW correspondem a projetos eólicos. "A energia eólica está se solidificando no País", afirmou, lembrando que hoje já há, no Brasil, seis empresas fabricando equipamentos para o setor.
Preços
O presidente da EPE disse ainda que o governo pode vir a definir três preços-teto diferentes para o leilão de energia de fontes alternativas, que deve ser realizado no fim de agosto. Cada um dos tetos seria aplicado para cada uma das três fontes de geração que participarão da disputa: energia eólica, pequenas centrais hidrelétricas e usinas de biomassa.
Tolmasquim, no entanto, deixou claro que isso não significa que o governo não pode vir a fixar um preço-teto único para as três matrizes. "São três produtos diferentes. Nada impede que façamos três preços-teto ou um mesmo para todas as fontes", disse.
O presidente da EPE não quis antecipar quais seriam os preços máximos e informou que o governo só definirá essas tarifas na véspera do leilão. Pelos critérios usuais do governo, vencem os leilões de energia os empreendedores que se dispuserem a entregar os megawatts cobrando a menor tarifa para as empresas distribuidoras.