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Eólicas dominam leilão de energia renovável

Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul lideram em potencial energético no leilão de renováveis que acontece nesta quarta (25) e quinta (26)

Brasil tem 45 parques éolicos com potência instalada de 795MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de habitantes. (.)

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Os ventos estão favoráveis ao setor de energia eólica neste final de agosto e sopram perspectivas promissoras. Com o maior número de projetos inscritos, a eólica promete ser o destaque nos leilões de energia renovável que o governo realiza nesta quarta  e quinta.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 366 usinas obtiveram habilitação para participar do leilão de reserva que acontece hoje (25). A energia ofertada por elas chega a 10.745 megawatts (MW).  Destas,  316 são de eólica, 40 são de biomassa e 10 são de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Para o leilão de amanhã (o A-3, com  energia prevista para entrar no mercado em outubro de 2013), foram habilitadas 320 eólicas, com 8.304 MW.

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Os estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do sul possuem os projetos com maiores potenciais de geração de energia habilitados, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Somando a participação das regiões nas duas vendas públicas, o Rio Grande do Norte lidera, com 6.577 MW, à frente do Ceará, com 4.257MW e do Rio Grande do Sul, com 3262 MW.

No primeiro leilão de eólica, que aconteceu em dezembro de 2009, foram contratados 1805 megawatts (previstos para entrar no mercado em 2012)  de 71 projetos, a maioria do Norte e Nordeste. Segundo o diretor da ABBEólica, Pedro Perrelli,  metade das oito bacias eólicas do país (áreas com alto potencial de geração) concentra-se nessas regiões.

Ventos favoráveis para os negócios e demanda alta

O Brasil possui 65% do potencial instalado para geração de energia eólica da América Latina. Hoje, o país conta com 45 parques, que somam 794 MW de potência - o que equivale a apenas 0,7% da matriz energética brasileira. Essa energia é capaz da abastecer cerca de 600 mil residências, ou uma cidade com 3 milhões de habitantes.

Apesar da participação tímida na produção de energia, o setor já é considerado complementar às hidrelétricas. "Não existe dúvida de que a âncora para o crescimento da matriz de geração de energia no Brasil é a hidráulica", afirma Perrelli. "Mas diante da escassez de recursos naturais e da busca por fontes renováveis, a eólica aparece como principal geradora, depois da hidráulica".

Outra característica que favorece essa complementação entre hidrelétricas e parques eólicos, segundo Perrelli, é a "sazonalidade invertida". "Essas duas fontes geradoras têm potências alteradas de acordo com as condições do tempo”, explica. "Durante a seca, venta mais e chove menos. Com isso, o nível das águas das hidrelétricas diminui, enquanto a geração das eólicas é otimizada". O inverso segue lógica parecida. Em dias de muita chuva, as hidrelétricas ficam a pleno vapor, mas as eólicas deixam a desejar por causa da baixa incidência de ventos.

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