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Enviado dos EUA se reunirá com Zelensky e líderes europeus em Berlim

Steve Witkoff busca avançar nas negociações de paz enquanto a Ucrânia enfrenta novos ataques russos e pressiona por adesão acelerada à União Europeia

Volodimir Zelensky: presidente da Ucrânia diz que a Rússia segue determinada a destruir o país (AFP/AFP)

Volodimir Zelensky: presidente da Ucrânia diz que a Rússia segue determinada a destruir o país (AFP/AFP)

Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 11h07.

O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, deve se reunir neste fim de semana, em Berlim, com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e com líderes europeus. O encontro ocorre em meio à pressão de Washington por um acordo para encerrar a guerra entre Ucrânia e Rússia, iniciada em fevereiro de 2022.

Antes da reunião, Zelensky afirmou neste sábado (13) que a Rússia segue determinada a destruir a Ucrânia. A declaração ocorreu após ataques russos contra instalações de energia, que, segundo autoridades ucranianas, deixaram milhares de pessoas sem eletricidade em várias regiões do país. Moscou afirmou que os alvos foram atingidos com mísseis balísticos hipersônicos, em resposta a ações ucranianas.

Um projétil russo atingiu um prédio residencial na região de Sumy, no noroeste da Ucrânia, matando uma mulher de 80 anos, de acordo com o governador local. Na Rússia, autoridades informaram que um ataque de drones ucranianos contra um edifício residencial em Saratov, na região central do país, deixou duas pessoas mortas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou no mês passado um plano de paz que foi criticado por autoridades ucranianas e europeias por atender a exigências de Moscou, como a cessão de territórios ocupados. Desde então, Washington intensificou a pressão sobre Kiev para avançar nas negociações. Autoridades ucranianas afirmam ter enviado aos EUA uma versão atualizada de sua proposta, baseada em um plano de 28 pontos.

Um funcionário da Casa Branca confirmou na sexta-feira que Witkoff participará das reuniões com Zelensky e líderes europeus para discutir o andamento das negociações. O governo alemão informou que o encontro com representantes da União Europeia e da Otan ocorrerá na segunda-feira, após a participação de Zelensky em um fórum empresarial germano-ucraniano com o chanceler Friedrich Merz.

Segundo informações divulgadas nos últimos dias, a versão mais recente do plano americano inclui a possibilidade de uma adesão acelerada da Ucrânia à União Europeia. De acordo com uma fonte ouvida pela AFP, sob condição de anonimato, o ingresso de Kiev no bloco poderia ocorrer a partir de janeiro de 2027.

A adesão à UE depende da aprovação unânime dos 27 países-membros e costuma levar vários anos. Países como a Hungria têm se posicionado contra a entrada da Ucrânia. Zelensky afirmou que Trump tem influência suficiente para tentar convencer os governos contrários a rever suas posições.

Autoridades europeias e ucranianas também defendem que os Estados Unidos ofereçam garantias de segurança antes de qualquer negociação sobre territórios ocupados no leste da Ucrânia, segundo a Presidência francesa. Kiev busca a adesão ao bloco europeu desde 2014 e afirma ter avançado em reformas, embora ainda enfrente desafios relacionados ao combate à corrupção.

  • *Com informações da AFP
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