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Enviado da ONU visita Síria, mas conferência perdem força

Lakhdar Brahimi teve conversas para promover uma conferência de paz, mas tensões regionais têm lançado uma nuvem sobre sua missão

Representante especial da ONU Lakhdar Brahimi faz pronunciamento na sede da ONU em Genebra, Suíça (Larry Downing/Reuters)

Representante especial da ONU Lakhdar Brahimi faz pronunciamento na sede da ONU em Genebra, Suíça (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 17h46.

Beirute - O enviado especial da ONU à Síria, Lakhdar Brahimi, teve conversas em Damasco nesta segunda-feira no fim de uma viagem pelo Oriente Médio para promover uma conferência de paz síria, mas tensões regionais têm lançado uma nuvem sobre sua missão.

Brahimi visitou algumas capitais no Oriente Médio para discutir planos para a reunião "Genebra 2", prevista para 23 de novembro, na intenção de deter quase três anos de derramamento de sangue na Síria.

Mas as forças de oposição ainda não decidiram se comparecerão e as negociações com países do Golfo que apoiam os rebeldes sírios azedaram, após Brahimi afirmar no sábado que o Irã, principal aliado regional do presidente sírio Bashar al-Assad, deveria participar da conferência internacional.

Brahimi reuniu-se com o vice-chanceler sírio, Faisal Mekdad, em Damasco, mas não havia confirmação sobre um encontro com Assad.

Um funcionário turco sênior afirmou que Brahimi não tem pressionado por um acordo durante a viagem e que tem apenas ouvido e observado, deixando as negociações efetivas para Moscou e Washington.

A Arábia Saudita e o Irã consideram que a luta na Síria determinará qual deles acabará com maior influência no mundo árabe.

Os sauditas ameaçaram se distanciar dos Estados Unidos na semana passada pelo que consideram uma falta de ação na Síria e os renovados esforços norte-americanos de reconciliação com o Irã.

A disputa diplomática fez a oposição síria se sentir mais fraca e até mais relutante em considerar sua presença na conferência de paz.

"Todas essas questões estão se enroscando umas nas outras. Assim como os sauditas, nós estamos com muito medo de que outros interesses dos Estados Unidos no Irã venham às custas da causa síria", disse Samir Nashar, membro executivo da Coalizão Nacional Síria, braço da oposição no exterior.

"Se você me perguntar, essa reunião não ocorrerá em 23 de novembro. Ela nunca ocorrerá." A oposição política síria no exílio também enfrenta pressão crescente dos combatentes em campo para que rejeite quaisquer negociações que não exijam a queda de Assad.

Assad e o Irã, no entanto, disseram que aceitam iniciar conversas, mas sem pré-condições.

Não está claro como os Estados Unidos e a Rússia, à frente das negociações, poderão conciliar as demandas conflitantes dos vários envolvidos para concretizar a conferência.

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