Apesar de considerar a situação calma, o OSDH destacou breves detonações em Zabadani, perto de Damasco, e destacou a falta de movimentação para a retirada de tanques (AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2012 às 08h09.
Damasco - O cessar-fogo na Síria teve início nesta quinta-feira, às 06H00 local (00H00 Brasília), de acordo com o ultimato fixado pelo emissário das Nações Unidas, Kofi Annan, para acabar com a violência no país.
Horas depois, a situação era considerada calma em todas as regiões do país, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O regime sírio, que reprime de forma sangrenta a oposição, já anunciou a suspensão das operações militares na manhã desta quinta-feira, mas advertiu que suas forças responderão a qualquer ataque "terrorista", em referência aos rebeldes, que também prometeram respeitar a trégua.
Acusado em várias ocasiões pela comunidade internacional de não cumprir seus compromissos, o regime do presidente Bashar al-Assad será submetido a mais uma prova nesta quinta-feira, e os Estados Unidos já advertiram que julgarão Damasco "pelo que faz e não pelo que diz".
Apesar de considerar a situação calma, o OSDH destacou breves detonações em Zabadani, perto de Damasco, e destacou a falta de movimentação para a retirada de tanques, o que o regime de Bashar al-Assad deveria ter feito na terça-feira, de acordo com a primeira fase do plano elaborado pela ONU e a Liga Árabe.
Na quarta-feira, horas após a entrada do plano em vigor, operações militares do regime mataram 25 civis, sendo 10 em um bombardeio contra Rastane, cidade da província de Homs em poder dos rebeldes há meses.
Um oficial do Exército e seu motorista foram assassinados por disparos de armas de fogo.
A violência já deixou mais de 10 mil mortos na Síria, a maioria civis, desde a explosão da revolta contra o regime, no dia 15 de março de 2011.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, destacaram nesta quarta-feira a necessidade de uma ação "mais decidida" do Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China, aliados de Damasco, têm bloqueado as resoluções que condenam a repressão.