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Entidades pedem libertação de Langlois

Tudo indica que o correspondente do canal de televisão ''France 24'' e do jornal ''Le Figaro'' estaria em poder das Farc

ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou em Paris que recebeu ''de forma direta'' a confirmação de que Langlois foi sequestrado pelas Farc, e pediu sua libertação (France 24)

ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou em Paris que recebeu ''de forma direta'' a confirmação de que Langlois foi sequestrado pelas Farc, e pediu sua libertação (France 24)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 19h16.

Bogotá - Organismos e associações de jornalistas pelo mundo aproveitaram o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa nesta quinta-feira para exigir a libertação do jornalista francês Roméo Langlois, desaparecido desde 28 de abril na Colômbia após trabalhar na cobertura de um combate entre a polícia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Tudo indica que o correspondente do canal de televisão ''France 24'' e do jornal ''Le Figaro'' estaria em poder das Farc, após uma mulher que se identificou como guerrilheira anunciar na terça-feira que o jornalista é mantido como ''como prisioneiro de guerra''. No entanto, não há notícias de seu paradeiro.

Um porta-voz do exército da Colômbia afirmou nesta quinta-feira à Agência Efe que, por enquanto, ''não confirma nem desqualifica'' o comunicado da guerrilha, que anunciava ainda que Langlois estava ferido, embora não em estado grave.

Enquanto isso, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, assinalou que o governo ''tem claros indícios'' de que o repórter está em poder desse grupo guerrilheiro.

Nesta quinta-feira, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, foram divulgados inúmeros apelos por sua libertação, entre eles o do representante do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OACNUDH) na Colômbia, Todd Howland, que expressou sua ''preocupação'' pelo futuro do jornalista.

O funcionário da ONU reconheceu que o jornalista pode estar em poder das Farc e, por isso, pediu à guerrilha que dê ao repórter um ''tratamento digno'' e que o liberte, caso de fato esteja em seu poder, ''de forma incondicional e imediata''.


De Bruxelas, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, também solicitou a libertação ''imediata e incondicional'' do francês e pediu às Farc que ''prestem atenção à reivindicação do povo colombiano de uma paz sustentável no país''.

Já a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou em Paris que recebeu ''de forma direta'' a confirmação de que Langlois foi sequestrado pelas Farc, e pediu sua libertação.

''No dia 26 de fevereiro passado, as Farc declararam de forma oficial que já não tomaria civis como reféns. A guerrilha deve, portanto, cumprir sua palavra libertando imediatamente Langlois. Esta exigência também responde à necessidade de que o jornalista receba o atendimento médico que requer'', declarou a RSF.

Na França, o caso Langlois se transformou em tema de debate eleitoral e o candidato presidencial socialista, François Hollande, se comprometeu a fazer ''o máximo possível'' para conseguir a libertação do jornalista de 35 anos caso vença o presidente Nicolas Sarkozy no segundo turno das eleições do próximo domingo.

Hollande prometeu não só trabalhar pela libertação de Langlois, mas pelos nove franceses atualmente mantidos reféns pelo mundo, em locais como Colômbia, Somália, Iêmen e Sahel.

Enquanto a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou o suposto sequestro e lembrou que os correspondentes de guerra nunca perdem sua condição de civis, a Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), presidida pelo Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, também reivindicou a imediata libertação de Langlois.


O diretor da FNPI, Jaime Abello, classificou em Bogotá como ''insensatez'' a consideração do repórter como ''prisioneiro de guerra'' por parte das Farc, pois, segundo ele, o jornalista ''estava exercendo um trabalho informativo''.

Abello ressaltou que Langlois - jornalista estabelecido na Colômbia há vários anos - trabalhou tanto ao lado do exército como das Farc na cobertura do conflito armado, ao destacar assim sua neutralidade como correspondente de guerra.

Na mesma linha se expressou a Associação Colombiana de Editores de Diários e Meios Noticiários (Andiarios), que exigiu ''respeitar a vida e a integridade do jornalista'' após reivindicar sua libertação.

Langlois foi visto pela última vez com vida no dia 28 de abril, quando acompanhava policiais e militares em uma missão de combate ao narcotráfico no conflituoso departamento de Caquetá, importante reduto das Farc.

Nesta quinta-feira, em homenagem ao repórter, o ''Canal Capital'' - televisão pública de Bogotá - transmitirá um documentário realizado por Langlois no qual se evidencia a resistência pacífica dos indígenas do departamento do Cauca em meio ao conflito armado colombiano. 

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