Entenda a tentativa de golpe de Estado na Turquia
O país já passou por três golpes militares desde 1960
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2016 às 21h24.
O exército da Turquia lançou uma tentativa de golpe de nesta sexta-feira em um país que já passou por três golpes militares desde 1960.
Abaixo seguem fatos essenciais para entender a nação de maioria muçulmana, que luta em duas frentes: contra o grupo radical Estado Islâmico e contra os combatentes curdos.
Entre a Europa e a Ásia
A Turquia tem fronteira com Síria, Irã e Iraque, e ao mesmo tempo com membros da União Europeia, como Grécia e Bulgária. Com a costa do Mar Negro de frente para a Rússia, o país ocupa a linha de frente da OTAN há mais de 60 anos.
Com um território de aproximadamente 784.000 quilômetros quadrados, a Turquia é um pouco menor do que o Paquistão e maior do que o estado americano do Texas.
O país de 78 milhões de habitantes tem desempenhado um papel fundamental na crise migratória da Europa, tendo recebido mais de dois milhões de refugiados sírios.
Membro da Otan desde 1952, é considerado estratégico pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico, mas esperou por quase um ano para se juntar aos ataques aéreos na Síria e para abrir a sua base aérea para as aeronaves americanas.
O governo turco criticou a intervenção da Rússia na Síria, o que provocou vários incidentes aéreos na fronteira.
A capital, Ancara, tem uma população de aproximadamente cinco milhões de pessoas. Istambul é a maior cidade do país, e hub industrial e comercial, com mais de 15 milhões de pessoas.
Vida política conturbada
A República da Turquia foi criada com um Estado secular em 1923, após o colapso do império Otomano e o fim da Primeira Guerra Mundial.
Seu fundador Mustafa Kemal Ataturk foi o presidente do país até a sua morte em 1938. Seu sucessor, Ismet Inonu, introduziu a democracia multipartidária em 1946. A Turquia testemunhou golpes militares em 1960, 1971 e 1980.
Em 1997 o exército turco forçou a saída do então mentor de Recep Tayyip Erdogan, Necmettin Erbakan, do cargo de primeiro-ministro.
O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) chegou ao poder em novembro de 2002. Seu líder Erdogan foi primeiro-ministro de 2003 a 2014, quando se tornou o primeiro presidente turco diretamente eleito pelo povo.
Desde julho de 2015, a Turquia tem sofrido uma onda de violência com atentados extremistas violentos e o ressurgimento do conflito curdo no contexto da guerra da Síria.
Um cessar-fogo de fato com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) foi quebrado em julho de 2015, quando o governo lançou uma dupla operação "antiterror" sem precedentes contra os extremistas na Síria e contra militantes curdos no sudeste da Turquia e norte do Iraque.
Desde 1984, o PKK tem liderado uma rebelião armada no sudeste de maioria curda que já custou mais de 45.000 vidas.
O Ocidente também tem se preocupado com a democracia e a liberdade de expressão na Turquia após ataques a vários grupos de mídia e uma série de processos contra jornalistas.
Principais ataques
Desde meados de 2015, a Turquia tem visto uma série de ataques com mortes em massa.
Em outubro desse ano, no ataque mais violento da história da Turquia, 103 pessoas foram mortas e mais de 500 ficaram feriadas em um duplo atentado suicida em um comício pró-curdo pela paz em Ancara. O primeiro-ministro apontou o Estado Islâmico como principal suspeito.
Em 2016, os sete maiores ataques no país, incluindo os de 28 de junho, deixaram 120 mortos..
No ataque de junho, 45 pessoas foram mortas, incluindo estrangeiros, e mais mais de 200 pessoas ficaram feridas com o triplo atentado no aeroporto Ataturk em Istambul. O atentado não foi reivindicado, mas autoridades indicam que as evidências apontam para o grupo Estado Islâmico.
Crise migratória
A Turquia recebeu mais de 2,7 milhões de sírios, desde que a guerra no país vizinho começou, se transformando no país que mais recebe refugiados em todo o mundo.
Muitos refugiados sírios tentam chegar à Europa pela Turquia, em um périplo até a Grécia.
Um controverso acordo entre a União Europeia e a Turquia foi assinado em março, e refugiados foram enviados das ilhas gregas de volta para a Turquia.
O exército da Turquia lançou uma tentativa de golpe de nesta sexta-feira em um país que já passou por três golpes militares desde 1960.
Abaixo seguem fatos essenciais para entender a nação de maioria muçulmana, que luta em duas frentes: contra o grupo radical Estado Islâmico e contra os combatentes curdos.
Entre a Europa e a Ásia
A Turquia tem fronteira com Síria, Irã e Iraque, e ao mesmo tempo com membros da União Europeia, como Grécia e Bulgária. Com a costa do Mar Negro de frente para a Rússia, o país ocupa a linha de frente da OTAN há mais de 60 anos.
Com um território de aproximadamente 784.000 quilômetros quadrados, a Turquia é um pouco menor do que o Paquistão e maior do que o estado americano do Texas.
O país de 78 milhões de habitantes tem desempenhado um papel fundamental na crise migratória da Europa, tendo recebido mais de dois milhões de refugiados sírios.
Membro da Otan desde 1952, é considerado estratégico pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico, mas esperou por quase um ano para se juntar aos ataques aéreos na Síria e para abrir a sua base aérea para as aeronaves americanas.
O governo turco criticou a intervenção da Rússia na Síria, o que provocou vários incidentes aéreos na fronteira.
A capital, Ancara, tem uma população de aproximadamente cinco milhões de pessoas. Istambul é a maior cidade do país, e hub industrial e comercial, com mais de 15 milhões de pessoas.
Vida política conturbada
A República da Turquia foi criada com um Estado secular em 1923, após o colapso do império Otomano e o fim da Primeira Guerra Mundial.
Seu fundador Mustafa Kemal Ataturk foi o presidente do país até a sua morte em 1938. Seu sucessor, Ismet Inonu, introduziu a democracia multipartidária em 1946. A Turquia testemunhou golpes militares em 1960, 1971 e 1980.
Em 1997 o exército turco forçou a saída do então mentor de Recep Tayyip Erdogan, Necmettin Erbakan, do cargo de primeiro-ministro.
O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) chegou ao poder em novembro de 2002. Seu líder Erdogan foi primeiro-ministro de 2003 a 2014, quando se tornou o primeiro presidente turco diretamente eleito pelo povo.
Desde julho de 2015, a Turquia tem sofrido uma onda de violência com atentados extremistas violentos e o ressurgimento do conflito curdo no contexto da guerra da Síria.
Um cessar-fogo de fato com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) foi quebrado em julho de 2015, quando o governo lançou uma dupla operação "antiterror" sem precedentes contra os extremistas na Síria e contra militantes curdos no sudeste da Turquia e norte do Iraque.
Desde 1984, o PKK tem liderado uma rebelião armada no sudeste de maioria curda que já custou mais de 45.000 vidas.
O Ocidente também tem se preocupado com a democracia e a liberdade de expressão na Turquia após ataques a vários grupos de mídia e uma série de processos contra jornalistas.
Principais ataques
Desde meados de 2015, a Turquia tem visto uma série de ataques com mortes em massa.
Em outubro desse ano, no ataque mais violento da história da Turquia, 103 pessoas foram mortas e mais de 500 ficaram feriadas em um duplo atentado suicida em um comício pró-curdo pela paz em Ancara. O primeiro-ministro apontou o Estado Islâmico como principal suspeito.
Em 2016, os sete maiores ataques no país, incluindo os de 28 de junho, deixaram 120 mortos..
No ataque de junho, 45 pessoas foram mortas, incluindo estrangeiros, e mais mais de 200 pessoas ficaram feridas com o triplo atentado no aeroporto Ataturk em Istambul. O atentado não foi reivindicado, mas autoridades indicam que as evidências apontam para o grupo Estado Islâmico.
Crise migratória
A Turquia recebeu mais de 2,7 milhões de sírios, desde que a guerra no país vizinho começou, se transformando no país que mais recebe refugiados em todo o mundo.
Muitos refugiados sírios tentam chegar à Europa pela Turquia, em um périplo até a Grécia.
Um controverso acordo entre a União Europeia e a Turquia foi assinado em março, e refugiados foram enviados das ilhas gregas de volta para a Turquia.