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Enquanto Brasil cai, Ásia brilha no ranking da educação

Quase 8% dos estudantes têm um nível muito elevado em ciências nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

Ciência: quase 8% dos estudantes têm um nível muito elevado em ciências (Thinkstock)

Ciência: quase 8% dos estudantes têm um nível muito elevado em ciências (Thinkstock)

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AFP

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 11h11.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 11h25.

Os países asiáticos, com Cingapura à frente, lideram o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, sigla em inglês) de 2015, enquanto o Brasil caiu nas três áreas de avaliação.

De modo geral, a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulgou os dados do Pisa 2015 nesta terça-feira, expressou preocupação quanto a uma estagnação da cultura científica dos alunos em todo o mundo.

Durante a primeira edição em 2000 do programa, "todo mundo viajava para a Finlândia. Agora é preciso viajar a Cingapura para ver o que eles estão fazendo", resumiu Gabriela Ramos, diretora do gabinete do secretário-geral da OCDE a jornalistas em Paris.

Em Cingapura, os estudantes "são avaliados regularmente, com um acesso à formação contínua e uma formação de base muito desenvolvida", ressalta Eric Charbonnier, especialista em educação na OCDE. O país lidera o ranking das três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática.

Nessas áreas, o Brasil ficou na 63ª, 59ª e 66ª posição, respectivamente, entre os 70 países e economias avaliadas.

Em Cingapura, "nas escolas em dificuldade, os professores de qualidade são afetados" e os professores são "bem remunerados em relação a outras profissões", revela Charbonnier, que considera que os cursos particulares cursados por boa parte dos alunos asiáticos após o dia escolar explicam em parte a boa performance desta região do mundo.

O programa Pisa, amplamente levado em consideração pelos dirigentes políticos no mundo, avalia a cada três anos o conhecimento e as habilidades dos alunos de 15 anos em ciências, matemática e leitura, concentrando-se cada vez em um dos três temas: ciências para 2015, como em 2006.

Atrás de Cingapura aparecem o Japão, a Estônia, Taipé, Finlândia, Macau, Canadá, Vietnã, Hong Kong e toda a "PSJG" (cidades chinesas de Pequim e Xangai e as províncias de Jiangsu e Guangdong), para aptidões científicas.

No entanto, percebe-se um declínio na Finlândia, por muito tempo considerada um modelo, devido a uma menor proporção de alunos em um nível altamente elevado em relação a 2006.

A França está na média da OCDE, com Áustria, Estados Unidos e Suécia, atrás da Alemanha e da Bélgica.

Alguns países conseguiram avançar na área da ciência, como a Colômbia, Israel, Macao, Portugal, Catar e Romênia.

Desde 2006, a última edição onde o Pisa focou na área de ciência, "os países investiram pesadamente em educação. É um pouco decepcionante ver que o desempenho em ciência não progrediu", lamentou Eric Charbonnier.

Enquanto isso, o progresso científico tem sido enorme, com o surgimento dos smartphones, "big data", objetos conectados ou avanços em biotecnologia.

Atualmente, todo mundo precisa de uma cultura científica, que não deve ser reservada para aqueles que seguem carreiras neste campo, diz a OCDE.

Este conhecimento é necessário para, por exemplo, comer de maneira saudável, gerir os resíduos nas grandes cidades, pesar os prós e contras de culturas geneticamente modificadas, atenuar as consequências do aquecimento global, etc., segundo o relatório.

Quase 8% dos estudantes têm um nível muito elevado em ciências nos países da OCDE, uma percentagem que sobe para 24% em Cingapura.

Estes estudantes "têm conhecimentos e competências científicas suficientes para aplicá-las de forma criativa e independente em uma ampla gama de situações, incluindo situações com as quais não estão familiarizados".

Em contraste, cerca de 20% dos países da OCDE se situam abaixo do nível 2, considerado o limiar de competência cultura científica.

No total, 34% dos alunos estão abaixo desta barreira.

A OCDE lamenta que "as escolas desfavorecidas têm menos professores de ciências qualificados e são menos propensos a exigir a participação em cursos de ciências".

Mas não há necessidade de escolher entre promover a excelência e apoiar os estudantes em dificuldades: Macau e Portugal conseguiram fazer todos avançarem, segundo o relatório.

Estônia e Coreia do Sul, entre os melhores, gastam menos por estudante do que a média da OCDE.

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