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Encontro de Putin e Abe discute um só assunto: a Coreia do Norte

ÀS SETE - Os dois líderes tentam acertar os ponteiros sobre o que fazer com Kim Jong-un e seus insaciáveis testes nucleares

Abe e Putin: os dois já se encontraram pelo menos 19 vezes, sendo 3 reuniões apenas este ano

Abe e Putin: os dois já se encontraram pelo menos 19 vezes, sendo 3 reuniões apenas este ano

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 06h11.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 07h44.

O presidente russo Vladimir Putin e o primeiro ministro japonês Shinzo Abe voltam hoje à cidade de Vladivostok, no extremo oriente da Rússia, para discutir um elefante na sala.

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Os dois tentam acertar os ponteiros sobre o que fazer com Kim Jong-un e a Coreia do Norte — no domingo, o regime confirmou seu sexto teste nuclear, dessa vez uma bomba de hidrogênio, muito mais poderosa do que os testes anteriores, e ameaça novos lançamentos de mísseis.

Em setembro do ano passado, Putin e Abe se encontraram em Vladivostok para discutir a posse das ilhas Kuril, um território russo ao norte de Hokkaido, reivindicado pelo Japão.

Os dois já se encontraram pelo menos 19 vezes, sendo 3 reuniões apenas este ano. Hoje, o assunto de discordância dos mandatários deve ser deixado de lado e o foco será a Península da Coreia.

Abe está em completa concordância com a opinião do presidente americano Donald Trump de que não há mais margem para diálogo com a Coreia do Norte e que sanções econômicas precisam ser tomadas, antes da necessidade de medidas militares.

Em uma reunião com membros de seu Partido Liberal Democrata, Abe disse que o “Japão irá tomar a liderança para aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte na comunidade internacional”. Mas a Rússia, apesar de condenar o teste nuclear, teme que mais pressão sobre o país possa agravar a situação.

“Nós pedimos a todas as partes interessadas que retornem ao diálogo e às negociações, a única maneira possível para uma conclusão compreensiva dos problemas da península coreana, incluindo a questão nuclear”, dizia uma declaração do ministério de Relações Exteriores da Rússia, lançado após o teste nuclear.

Tanto o Japão quanto os Estados Unidos, cuja administração Trump já afirmou que Kim Jong-un está “implorando por uma guerra”, demandam que o Conselho de Segurança da ONU implemente sanções diretas ao regime norte-coreano, em especial cortes no suprimento de petróleo, responsável por 5,4% de todas as importações do país, de acordo com dados de 2015.

A medida é especialmente voltada para China e Rússia, dois dos maiores parceiros comerciais dos norte-coreanos, em especial na exportação de petróleo. Os dois países também são membros do Conselho de Segurança com poder de veto, podendo manter intactos os privilégios, e a balança comercial, da Coreia do Norte.

Tanto Putin quanto o presidente chinês, Xi Jinping, que em especial participa do Congresso do Partido Comunista no próximo mês, têm zero desejo de parecer suscetíveis às pressões de Trump.

Mas uma guerra nuclear na península é tampouco desejável. Abe deve ser um pouco mais incisivo do que o normal com Putin nesta quarta-feira.

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