Empregos “evaporam” com seca e canaviais caros no Nordeste
Estiagem severa associada à crise nos canaviais afeta oferta de empregos na região, que perdeu quase 60 mil postos de trabalho no primeiro semestre do ano
Vanessa Barbosa
Publicado em 25 de julho de 2013 às 18h05.
São Paulo – Não são apenas as águas dos rios, os gados e plantações que padecem com a estiagem severa no Nordeste : as vagas de emprego também “evaporam”. A edição mais recente do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada esta semana pelo Ministério do Trabalho, aponta números nada favoráveis para o mercado de trabalho na região, que acumulou perdas de quase 60 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2013.
Alagoas é o estado que lidera, com perda de 43,5 mil postos. A indústria da transformação, setor importante para a economia nacional e que vinha impulsionando o crescimento do PIB nordestino acima da média nacional nos últimos anos, é a maior responsável pela baixa no estado.
Sozinha, a atividade concentrou 92,3% da perda de postos entre janeiro e junho, seguida pela construção civil (- 2500 postos) e pela agropecuária (-804 postos). A ocupação nos canaviais que sofrem com estiagem prolongada também teve quedas pronunciadas, acumulando perda de 33.496 trabalhadores, segundo os dados do Caged.
Mas a estiagem não é a única vilã. De acordo com Alexandre Rands, economista e diretor da Datamétrica, consultoria especializada na região, os custos elevados de produção de cana e o baixo preço da commodity prejudicam a indústria sucroalcooleira nordestina, que responde por 10% da produção nacional de açúcar e etanol.
Sofrendo queda e sem dinheiro, as usinas deixam de investir no campo e na indústria. “O custo de produção no Nordeste é maior que no Sudeste e, com a seca, ele aumenta ainda mais”, diz.
O setor agropecuário é outro que sofreu o baque. “O que escapa da estiagem é a zona da Mata e parte do Cerrado, estados como Maranhão, Bahia e Piauí. No restante da região, a produção de milho, feijão e outros grãos, além da criação de caprinos, tudo sofre”, afirma.
Plano Safra do Semiárido
Na tentativa de mitigar os impactos da seca no Nordeste, o governo federal anunciou no começo deste mês o Plano Safra Semiárido, que vai disponibilizar R$ 7 bilhões em crédito para a agricultura na região.
Desse total, R$3 bilhões serão voltados para médios e grandes produtores, e os outros R$4 bilhões irão beneficiar a agricultura familiar. Outra medida importante prevista no plano é suspensão das execuções das dívidas dos produtores da região até o fim do ano que vem. De acordo com o economista, a iniciativa pode dar fôlego a negócios e empreendimentos que, do contrário, fechariam as portas.
São Paulo – Não são apenas as águas dos rios, os gados e plantações que padecem com a estiagem severa no Nordeste : as vagas de emprego também “evaporam”. A edição mais recente do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada esta semana pelo Ministério do Trabalho, aponta números nada favoráveis para o mercado de trabalho na região, que acumulou perdas de quase 60 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2013.
Alagoas é o estado que lidera, com perda de 43,5 mil postos. A indústria da transformação, setor importante para a economia nacional e que vinha impulsionando o crescimento do PIB nordestino acima da média nacional nos últimos anos, é a maior responsável pela baixa no estado.
Sozinha, a atividade concentrou 92,3% da perda de postos entre janeiro e junho, seguida pela construção civil (- 2500 postos) e pela agropecuária (-804 postos). A ocupação nos canaviais que sofrem com estiagem prolongada também teve quedas pronunciadas, acumulando perda de 33.496 trabalhadores, segundo os dados do Caged.
Mas a estiagem não é a única vilã. De acordo com Alexandre Rands, economista e diretor da Datamétrica, consultoria especializada na região, os custos elevados de produção de cana e o baixo preço da commodity prejudicam a indústria sucroalcooleira nordestina, que responde por 10% da produção nacional de açúcar e etanol.
Sofrendo queda e sem dinheiro, as usinas deixam de investir no campo e na indústria. “O custo de produção no Nordeste é maior que no Sudeste e, com a seca, ele aumenta ainda mais”, diz.
O setor agropecuário é outro que sofreu o baque. “O que escapa da estiagem é a zona da Mata e parte do Cerrado, estados como Maranhão, Bahia e Piauí. No restante da região, a produção de milho, feijão e outros grãos, além da criação de caprinos, tudo sofre”, afirma.
Plano Safra do Semiárido
Na tentativa de mitigar os impactos da seca no Nordeste, o governo federal anunciou no começo deste mês o Plano Safra Semiárido, que vai disponibilizar R$ 7 bilhões em crédito para a agricultura na região.
Desse total, R$3 bilhões serão voltados para médios e grandes produtores, e os outros R$4 bilhões irão beneficiar a agricultura familiar. Outra medida importante prevista no plano é suspensão das execuções das dívidas dos produtores da região até o fim do ano que vem. De acordo com o economista, a iniciativa pode dar fôlego a negócios e empreendimentos que, do contrário, fechariam as portas.