Mundo

Embates na Ucrânia matam 25 antes do início do cessar-fogo

Apesar do acordo de paz assinado pelos líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França nesta quinta-feira em Minsk, os confrontos têm aumentado


	Separatista na Ucrânia: acordo parece ter desencadeado guerra de última hora por território
 (Maxim Shemetov/Reuters)

Separatista na Ucrânia: acordo parece ter desencadeado guerra de última hora por território (Maxim Shemetov/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 16h08.

Artemivsk - Os combates no leste da Ucrânia se intensificaram nesta sexta-feira durante uma ofensiva organizada pelos rebeldes, que pretendem dominar um entroncamento ferroviário estratégico antes do início do cessar-fogo, marcado para ter início neste final de semana.

Ao menos 25 pessoas morreram na região.

Apesar do acordo de paz assinado pelos líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França nesta quinta-feira em Minsk, os confrontos têm aumentado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, descreveu o cessar-fogo, que entra em vigor no domingo, como uma "luz de esperança".

Entretanto, o acordo parece ter desencadeado uma guerra de última hora por território.

A data marcada para os dois lados deterem as hostilidades é domingo, um minuto após a meia-noite.

De acordo com militares da Ucrânia, a cidade ferroviária de Debaltseve, em poder do governo, recebeu dezenas de armas e foguetes em um período de 24 horas após a reunião em Minsk.

Andriy Lysenko, porta-voz da força militar da Ucrânia, afirmou que 11 soldados foram mortos e 40 feridos na quinta-feira, no leste do país.

Autoridades regionais leais a Kiev confirmaram ao menos sete mortes de civis, enquanto os rebeldes disseram que outras sete pessoas foram mortas em ataques de artilharia nas cidades de Luhansk e Horlivka, sob domínio separatista.

Segundo repórteres da Associated Press, havia bombardeio intenso ao longo da estrada ao norte de Debaltseve.

A cidade é a última ainda conectada ao resto do território controlado pelo governo.

De acordo com a agência de notícias ucraniana Interfax, o vice-ministro da defesa, Petro Mekhed, afirmou que as forças rebeldes irão hastear suas bandeiras em Debaltseve e Mariupol no domingo.

Recentemente, os separatistas cercaram as forças ucranianas em quase todo o entorno de Debaltseve. A maioria dos cidadãos da cidade já fugiram por conta dos confrontos.

Para a Ucrânia, Debaltseve deve permanecer sob controle do governo, segundo os termos de um acordo assinado em setembro do ano passado.

Uma cópia do acordo vazou para a imprensa ucraniana e mostra a cidade do lado de dentro da linha de divisão assinada por rebeldes e membros do governo.

Entretanto, Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, discordaram sobre o futuro de Debaltseve no encontro em Minsk de quinta-feira.

O acesso ucraniano à única rodovia que ainda liga a cidade ao resto do território controlado pelo governo parece ter sido comprometido com a conquista de Lohvynove, território ao norte de Debaltseve.

Repórteres da Associated Press avistaram caminhões militares ucranianos em chamas na cidade de Luhanske, a dez quilômetros de distância.

O batalhão de Donbass, unidade do exército ucraniano envolvida nos confrontos ao redor de Lohvynove, declarou que rebeldes capturados confirmaram o envolvimento de tropas russas na ação.

Nesta sexta-feira, bombas atingiram cidades como Artemivsk, que fica 40 quilômetros dentro da linha sob comando do governo. Repórteres da Associated Press viram o corpo de uma criança morta após uma bomba ter atingido um jardim de infância, mas não se sabe quem foi o responsável pelo ataque.

Moscou nega veementemente que fornece armas e soldados para as forças rebeldes, mas a enorme quantidade de artilharia pesada do lado rebelde deixa dúvidas.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a Rússia vai ajudar no processo de paz sem interferir diretamente nas questões locais.

"Nós simplesmente não podemos interferir fisicamente, porque a Rússia não participa desse conflito", disse.

O cessar-fogo será monitorado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Lamberto Zannier, secretário-geral da organização, espera que com o acordo, os confrontos sejam interrompidos.

Para ele, os combatentes terão de se esforçar para permitir que a missão de paz, que usa câmeras instaladas em drones, seja bem-sucedida.

"Nossos materiais foram alvo de ataques diversas vezes, funcionários foram capturados. Precisamos de uma mudança de atitude", comentou.

Após o cessar-fogo, o próximo passo é a formação de uma zona de segurança entre as forças ucranianas e os rebeldes. C

ada lado deve retirar sua artilharia pesada da linha do front, criando uma área de 50 a 140 quilômetros de distância.

A ação tem início marcado para a próxima segunda-feira e deve ser finalizada em duas semanas. Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:MortesUcrâniaViolência política

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia