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Embaixadora dos EUA no México deixa cargo em conjuntura complexa

Roberta Jacobson reconheceu que a relação entre países está em "momento difícil" devido à ansiedade gerada pela renegociação do Nafta

Estados Unidos: "Na história passamos por momentos, eu diria, piores que agora. Estamos trabalhando", disse Jacobson (Shannon Stapleton/Reuters)

Estados Unidos: "Na história passamos por momentos, eu diria, piores que agora. Estamos trabalhando", disse Jacobson (Shannon Stapleton/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de maio de 2018 às 21h21.

A embaixadora dos Estados Unidos no México, Roberta Jacobson, cumpre nesta sexta-feira seu último dia à frente desta missão diplomática, em meio a elevadas tensões por temas comerciais e migratórios, que para a diplomata não configuram o pior momento da relação bilateral.

"Há discrepâncias, há tensões, não podemos negar, mas isso não significa que não haja avanços que temos que continuar", afirmou Jacobson à rede local Televisa.

"Na história passamos por momentos, eu diria, piores que agora. Estamos trabalhando", acrescentou na entrevista divulgada na quinta-feira.

A embaixadora renunciante, designada pelo ex-presidente Barack Obama, realizará nesta sexta-feira uma reunião de despedida com os funcionários da embaixada, onde serviu durante os dois últimos anos, e deixará o país no sábado, informou a delegação.

O presidente americano, Donald Trump, ainda não nomeou um substituto para Jacobson, uma respeitada especialista em temas do ocidente, cujo posto será coberto interinamente por seu número dois, William Duncan.

Jacobson reconheceu que a relação está em um "momento difícil" devido à ansiedade gerada pela renegociação do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), vigente desde 1994 entre México, Estados Unidos e Canadá, que o presidente Trump qualificou de um desastre para seu país.

Apesar de uma tensa negociação, que começou em agosto de 2017 e esteve marcada por recorrentes ameaças de Trump de abandonar o tratado, a diplomata disse estar otimista de alcançar um acordo em maio, uma possibilidade levantada pelos próprios negociadores.

"É uma coisa de vontade e acho que todos querem que tenhamos esse novo tratado, e sim, eu acho que é possível, difícil mas possível", afirmou.

Jacobson defendeu a necessidade de continuar trabalhando e manter a cooperação em questões de segurança e migração, um foco de tensão nas últimas semanas em consequência de uma caravana de migrantes que marcharam pelo México para a fronteira americana.

Reconhecida como uma das embaixadoras mais próximas e cordiais nos tempos recentes, Jacobson escreveu uma série de tuítes nostálgicos e uma mensagem de despedida em vídeo expressando seu amor pelo México e seu povo.

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