Premiê britânica encontrou Angela Merkel em Berlim nesta terça, 9 (Hannibal Hanschke/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2019 às 09h36.
Última atualização em 9 de abril de 2019 às 09h48.
Berlim — A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, defendeu hoje uma nova extensão do Brexit durante visita à capital da Alemanha, Berlim, ao mesmo tempo em que autoridades alemãs e francesas insistiram que qualquer prorrogação só ocorra com garantias expressas de Londres.
O governo conservador de May e a principal legenda de oposição britânica, o Partido Trabalhista, estão tentando chegar a um compromisso sobre o Brexit antes que líderes da UE decidam, nesta quarta-feira (10), sobre uma segunda extensão do Brexit.
Os parceiros do Reino Unido na UE dizem querer clareza de May sobre o que ela fará para superar o impasse do Brexit se outro adiamento for concedido. Autoridades sinalizam que não estão dispostos a dar um cheque em branco aos britânicos, embora queiram evitar que o Reino Unido saia de forma caótica da UE.
Michael Roth, vice-ministro de Relações Exteriores da Alemanha, disse, ao chegar a uma reunião da UE em Luxemburgo que "estamos numa situação muito frustrante". Roth afirmou também, porém, que um Brexit desorganizado seria "a pior de todas as opções na mesa".
Em caso de recusa da extensão do prazo, o Reino Unido terá de deixar a UE na sexta-feira (12), prazo determinado pela UE há algumas semanas. Originalmente, os britânicos deveriam ter deixado o bloco em 29 de março.
Na semana passada, May solicitou uma nova prorrogação do Brexit para até 30 de junho. Nesta terça, a premiê já se reuniu com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim. As duas líderes se cumprimentaram diante de fotógrafos, mas não fizeram comentários.
Ainda hoje, May seguirá para Paris para se encontrar com o presidente francês, Emmanuel Macron, que tem adotado uma postura mais dura em relação ao Reino Unido.
"Esperamos finalmente ter passos substancias na direção certa - por enquanto, absolutamente nada mudou", disse o vice-ministro de Relações Exteriores da Alemanha.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu na semana passada que a UE conceda ao Reino Unido uma extensão flexível de até um ano para evitar um divórcio caótico.
A ministra para Assuntos Europeus da França, Amelie de Montchalin, disse hoje que a UE precisará que o Reino Unido se comprometa com um papel construtivos nas decisões do bloco caso seja concedida uma extensão mais longa.
"Temos a dúvida sobre que papel o Reino Unido quer desempenhar" se uma extensão do tipo for concedida", disse Ameline. No Reino Unido, alguns sugeriram que o governo deveria minar as políticas decisórias da UE como forma de garantir maior alavancagem no bloco.