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Em retaliação, Espanha expulsa 3 diplomatas da Bolívia após "gesto hostil"

Mais cedo, o governo interino boliviano deu um prazo de 72 horas para diplomatas espanhóis e mexicanos deixarem o país

Jeanine Añez: presidente interina da Bolívia ordenou a saída dos diplomatas espanhóis do país (Manuel Claure/Reuters)
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EFE

Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 16h28.

Madri - O governo da Espanha expulsou nesta segunda-feira três diplomatas bolivianos credenciados no país "em reciprocidade ao gesto hostil" do governo interino da Bolívia de expulsar, em um prazo de 72 horas, a delegação espanhola envolvida em um incidente na Embaixada do México no país sul-americano na sexta-feira passada.

A Espanha respondeu a expulsão dos diplomatas Cristina Borreguero e Álvaro Fernández, e de um grupo de policiais, com a mesma medida para o encarregado de negócios da embaixada boliviana em Madri, Luis Quispe, o agregado militar Marcelo Vargas, e o agregado policial Orso Fernando Oblitas.

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Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Espanha exige que o atual governo interino da Bolívia "reconduza e descalibre o conteúdo das suas afirmações e recupere o mais rápido possível o bom senso de confiança e cooperação" entre os dois países.

De acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, uma vez emitida esta declaração, os diplomatas devem ser chamados pelo próprio governo, neste caso o boliviano, para voltarem ao país de origem.

A Espanha, além disso, negou qualquer acusação sore uma suposta vontade de interferir em assuntos políticos internos da Bolívia. Além disso, o governo aponta que qualquer afirmação neste sentido constitui em "calúnia" com o objetivo de prejudicar as relações entre os dois países.

"A relação entre nossos países se baseia no respeito mútuo das nossas instituições democráticas e esta será sempre a referência na nossa atuação", aponta comunicado do governo espanhol.

O incidente

O governo da Bolívia acusou na última sexta-feira a Embaixada da Espanha em La Paz, por causa da suposta ida de funcionários da delegação diplomática, em veículos oficiais, "encapuzados e provavelmente armados", para a residência da embaixadora do México, que abriga cerca de dez membros da administração de Evo Morales.

Quatro desses antigos integrantes do governo têm contra si ordens de prisão, já que são acusados de crimes como terrorismo.

Os fatos foram interpretados pela Bolívia como uma intenção de retirar da casa da embaixadora os ex-ministros Juan Ramón Quintana, Wilma Alanoca e Javier Zavaleta, que aguardam um salvo-conduto para se asilarem no México.

A ministra interina de Relações Exteriores boliviana, Karen Longaric, afirmou hoje que o governo da Espanha não tinha conhecimento desta ação dos diplomatas do país europeu na Bolívia.

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