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Em Miami, venezuelanos mostram otimismo cauteloso

Após anúncio da morte do presidente, venezuelanos que emigraram para os Estados Unidos lotaram restaurantes típicos de Miami

Partidário do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, segura cartaz em San Salvador, El Salvador
 (Ulises Rodriguez/Reuters)

Partidário do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, segura cartaz em San Salvador, El Salvador (Ulises Rodriguez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 10h37.

Miami - Venezuelanos que emigraram para os Estados Unidos durante o governo de Hugo Chávez comemoraram na terça-feira a morte do líder socialista, expressando um otimismo cauteloso com mudanças políticas.

Após o governo anunciar a morte do presidente, que tinha 58 anos e governava desde 1999, venezuelanos lotaram restaurantes típicos de Miami, onde vive a maior comunidade imigrante nos EUA.

"Finalmente! Finalmente! Posso ver a luz no fim do túnel!", disse María Elena Prati, 47 anos, que agitava uma bandeira venezuelana no subúrbio de Doral, às vezes apelidado de "Doralzuela" por causa da sua grande comunidade venezuelana, que compõe 21 por cento da população local e em sua maioria se opõe veementemente a Chávez.

Depois da ascensão de Chávez ao poder, dezenas de milhares de venezuelanos de classe média e alta deixaram o país, queixando-se da criminalidade e da redução das oportunidades econômicas. Muitos se instalaram no sul da Flórida, juntando-se à comunidade de exilados cubanos, que é bem maior e visceralmente anticomunista.

Segundo o Departamento do Censo dos EUA, o número de venezuelanos vivendo no país saltou de 91 mil em 2000 para cerca de 215 mil em 2010. A comunidade de expatriados do país sul-americano também cresceu em Houston e Nova York.

No "El Arepazo", um popular restaurante venezuelano em Doral, as pessoas chegavam para ver a cobertura televisiva da morte de Chávez e para discutir como será a Venezuela depois dele. Muitos expressavam temores de que haja mais instabilidade política e incerteza nos próximos meses.

Na terça-feira, o chanceler Elias Jaua anunciou que, conforme prevê a Constituição, o país realizará novas eleições presidenciais em 30 dias, provavelmente contrapondo o vice-presidente Nicolás Maduro, apontado por Chávez como seu herdeiro político, ao governador centrista Enrique Capriles, que foi derrotado por Chávez numa eleição em outubro, e que tem amplo apoio entre os expatriados venezuelanos nos EUA.

"Temos uma chance de iniciar um novo caminho", disse a publicitária Mary Jenny Parra, de 42 anos. "Que Chávez descanse em paz, mas mais do que qualquer coisa, torço pela paz na Venezuela, porque temo que estejamos nos encaminhando para um período muito turbulento." Carlos Alfonso Ruiz, um empresário de 46 anos que se mudou há seis anos para Miami, depois de ter sua loja "duty-free" expropriada, disse estar feliz com o fim do governo de Chávez.

Mas ele também estava reflexivo sobre sua morte. Sacando seu Blackberry, ele mostrou um tuíte que mandou ao saber da notícia. "O homem que nos forçou a deixar a Venezuela", dizia o texto, "de uma forma estranha, também nos forçou a amar e apreciar a Venezuela. Que Deus o abençoe."

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