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Em guerra contra o EI, Líbia se desfaz das armas químicas

O governo solicitou ajuda internacional para acabar com a ameaça que implicava a presença das armas, herdadas do regime de Khadafi


	Líbia: vinte e três tanques com armas químicas deixaram o porto de Misrata
 (Ismail Zitouny / Reuters)

Líbia: vinte e três tanques com armas químicas deixaram o porto de Misrata (Ismail Zitouny / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 10h07.

As últimas reservas de armas químicas do regime do ex-presidente líbio Muamar Khadafi foram transportadas no sábado para a Alemanha por um navio dinamarquês supervisionado pela ONU, anunciaram nesta terça-feira as autoridades líbias.

O objetivo era evitar que essas armas caíssem em mãos do grupo radical Estado Islâmico (EI).

Vinte e três tanques com armas químicas deixaram o porto de Misrata, na costa líbia.

Com esta operação, termina um processo proposto pelo governo líbio de união nacional, o GNA, apoiado pela comunidade internacional. O governo solicitou ajuda internacional para acabar com a ameaça que implicava a presença das armas, herdadas do regime de Khadafi.

O GNA temia que pudessem parar nas mãos do EI, presente no país desde 2015, e que está sendo expulso de seu reduto de Sirte, quase totalmente reconquistado pelas forças pró-governamentais.

"Não queríamos estas armas, especialmente na atual situação de segurança e pela presença do grupo Estado Islâmico (EI) na região onde estavam armazenadas as armas", declarou uma fonte da segurança líbia.

"Todas as armas químicas foram retiradas do país", confirmou à AFP Musa El-Koni, vice-primeiro-ministro do GNA, apoiado pela comunidade internacional.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no fim de julho uma resolução para ajudar o governo líbio a abrir mão de seu arsenal de armas químicas, incluindo o transporte para fora do país.

Por temer que as armas caíssem nas mãos de grupos armados extremistas, o GNA apresentou um programa de destruição à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC) e pediu a ajuda da ONU para colocar o plano em prática.

Segundo a OIAC, 55% das reservas de gás mostarda da Líbia foram eliminadas, assim como munições suscetíveis de serem utilizadas como vetores.

A organização define como "armas químicas" tanto as já constituídas como as substâncias tóxicas destinadas a serem usadas nessas armas.

Seu desaparecimento "é uma boa notícia para a Líbia, a paz no país e felicitamos todos os países que participaram na operação", declarou Koni.

O envio das armas supõe um êxito para o GNA, que tenta impor sua autoridade em todo o país desde sua formação na primavera (europeia).

O primeiro-ministro Fayez Al Sarraj não conseguiu até agora que o parlamento estabelecido no leste do país, defensor de um governo paralelo, aprove seu gabinete.

Uma vitória em Sirte contra o EI poderá reforçar sua posição. "Os preparativos para libertar a totalidade da cidade continuam hoje e esperamos resolver a situação em um prazo muito breve de tempo", declarou à AFP a porta-voz da operação militar, Reda Issa.

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