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Em encontro do Mercosul, líderes falam em democracia e plantam uvas

Presidente do Paraguai e o presidente argentino Mauricio Macri — que está de saída — afirmaram que é necessário reforçar democracia na região

Mercosul: presidentes se encontram em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul (Isac Nóbrega / Palácio do Planalto/Flickr)

Mercosul: presidentes se encontram em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul (Isac Nóbrega / Palácio do Planalto/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 15h12.

Última atualização em 5 de dezembro de 2019 às 15h14.

São Paulo — O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse nesta quinta-feira que o Mercosul tem como grande compromisso revigorar as instituições democráticas "com mais democracia e não com a anarquia", em referência aos protestos desencadeados em vários países da América Latina.

"Temos o grande compromisso de revigorar a democracia, melhorar as democracias com mais democracia e não com a anarquia", disse Abdo Benítez, durante a 55ª cúpula dos chefes de Estado do Mercosul, realizada na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

Os líderes aproveitaram a ocasião para plantar mudas de videiras em uma vinícola da cidade, conhecida por liderar a produção de vinhos no país.

Além do paraguaio, participam da cúpula o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e a vice do Uruguai, Lucía Topolansky, representando o presidente Tabaré Vázquez, ausente por conta do tratamento de câncer de pulmão.

Abdo Benítez, que assumirá a presidência semestral do bloco atualmente com Bolsonaro, ratificou seu "profundo compromisso" com o Mercosul e o processo de integração como a melhor ferramenta para "alcançar os objetivos e demandas dos cidadãos".

Além disso, pediu que seja reforçada a credibilidade das instituições democráticas e mais esforço "no combate à corrupção e impunidade, para recuperar a confiança do nosso povo".

"Estamos empenhados em reforçar os valores democráticos, bem como o Estado de direito e os direitos humanos", completou.

Durante seu discurso, o presidente paraguaio destacou o acordo de facilitação do comércio entre os países-membros do Mercosul, que afeta as cidades fronteiriças, assim como o reconhecimento mútuo de assinaturas digitais.

Nos próximos seis meses, onde ocupará a presidência do bloco, Abdo Benítez se comprometeu dar continuidade e promover "ações para consolidar os pilares do processo de integração".

Entre as questões prioritárias, ele citou dar um novo impulso ao Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), à agenda digital, ao comércio eletrônico e ao fortalecimento da rede de micro, pequenas e médias empresas do bloco, bem como ao empoderamento de jovens e mulheres.

Encontro do Mercosul

Encontro do Mercosul: Além de Maurício Macri, participam da cúpula o presidente Bolsonaro, a vice do Uruguai, Lucía Topolansky, representando Tabaré Vázquez e Abdo Benítez, do Paraguai (Palácio do Planalto/Flickr)

Macri

Mauricio Macri também falou em democracia. Ele pediu que os membros do Mercosul promovam uma "integração inteligente" no bloco e enfatizou a necessidade de redobrar a democracia e o diálogo "nesses tempos de convulsões e tensões" na região.

"Os problemas da democracia são resolvidos com mais democracia e mais diálogo", disse Macri, durante a cúpula semestral do Mercosul, onde ele se despede dos outros presidentes do bloco.

Durante seu discurso, Macri, que a partir da próxima terça-feira deixará o poder para o peronista Alberto Fernández, expressou o "compromisso inabalável da Argentina com a democracia, liberdade e direitos humanos".

Importante aliado do presidente Jair Bolsonaro, Macri comentou a situação na Bolívia após a renúncia forçada de Evo Morales em meio às irregularidades apontadas nas eleições e destacou que um novo pleito é a "única maneira de canalizar a vontade do povo boliviano".

O presidente argentino também expressou sua solidariedade com o povo venezuelano diante, segundo suas palavras, do "ultraje" praticado por Nicolás Maduro e pediu aos países do Mercosul que "continuem lutando juntos para restaurar a democracia".

Ele também apoiou as demandas sociais que nas últimas semanas levaram milhares de pessoas às ruas no Chile, mas expressou seu "repúdio pelo uso da violência anárquica".

Em relação ao bloco, Macri afirmou que devem continuar apostando em um "Mercosul expandido" através do diálogo com "parceiros regionais" que queriam trabalhar em conjunto, e sublinhou a necessidade de "aprofundar a negociação de acordos".

Mauricio Macri analisou os progressos realizados pelo Mercosul nos últimos anos e citou o acordo comercial com a União Europeia, "um roteiro e partir do qual podemos progredir e melhorar o nosso intercâmbio".

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