Em duro golpe para Viktor Orbán, centro-esquerda vence em Budapeste
É a primeira vez em dez anos que a oposição triunfa na Hungria. Dez das maiores cidades serão governadas por coalizões rivais do nacionalista Viktor Orbán
EFE
Publicado em 14 de outubro de 2019 às 11h20.
Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 11h21.
Budapeste - A oposição na Hungria impôs duras derrotas ao partido nacionalista conservador Fidesz, do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán, e venceu as eleições municipais realizadas neste domingo em Budapeste e outras grandes cidades.
O candidato da coalizão opositora, Gergely Karacsony, será o próximo prefeito da capital húngara ao superar o atual ocupante do cargo, István Tarlós, com 50% dos votos contra 46% do adversário, integrante do partido governista.
Prefeito de um distrito de Budapeste, Gergely Karacsony recebeu o apoio de vários partidos de esquerda, liberais e de centro. Tarlos, que governava Budadpeste desde 2010, ligou para seu adversário para cumprimentá-lo.
A conquista da prefeitura da capital húngara era o objetivo principal proposto nestas eleições pelos opositores de Orbán, líder nacionalista e cujo partido , domina a cena política húngara há dez anos.
Oposição se fortalece nas maiores cidades
Desde então, esta é a primeira vez a oposição triunfa na Hungria. Dez das 23 maiores cidades do país serão governadas pelos opositores, mas o partido de Orban continua forte em nível regional.
As coalizões opositoras locais são compostas por diversos partidos, que vão desde o centrista Momentum, até o Partido Socialista. Em alguns casos, houve composição com Jobbik, que representa grupos de extrema-direita no país.
Além de Budapeste, a oposição governará em Pecs, Szeged e Miskolc. No entanto, o Fidesz, que domina as eleições municipais da Hungria desde 2006, manteve o controle da segunda maior cidade do país, Debrecen.
Cerca de 8 milhões de húngaros estavam aptos a votar nos vereadores e prefeitos de mais de 3 mil cidades da Hungria. A campanha eleitoral foi marcada por ataques e denúncias de corrupção trocadas entre opositores e governistas.