Mundo

Biden fará entrevista coletiva que será novo momento crucial para manter candidatura

Presidente americano luta para convencer democratas e aliados de sua capacidade de liderança

Joe Biden rebate críticos, mas pressão interna do Partido Democrata é cada vez maior.

Joe Biden rebate críticos, mas pressão interna do Partido Democrata é cada vez maior.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 11 de julho de 2024 às 08h22.

Última atualização em 11 de julho de 2024 às 10h01.

Na quinta-feira, 11, às 18h30, horário de Brasília, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrentará talvez um dos momentos mais importantes de sua carreira política. Ele dará uma entrevista coletiva ao final da cúpula da Otan, em mais um teste decisivo para provar que pode manter sua candidatura.

Biden terá de mostrar ser capaz de pensar rapidamente e entregar respostas sob pressão, após um desempenho vacilante no debate presidencial. A coletiva é vista como uma oportunidade crítica para Biden reafirmar sua candidatura às eleições de 2024, em meio a crescentes questionamentos sobre sua aptidão mental e física para o cargo.

A coletiva de imprensa será acompanhada de perto por membros do Congresso, doadores democratas, estrategistas do partido, eleitores, líderes estrangeiros e até mesmo oficiais de sua própria Casa Branca.

O presidente tentará convencer a todos que sua performance no debate foi apenas um "mau dia" e não um indicativo de um declínio em suas capacidades cognitivas.

Nos últimos dias, Biden intensificou seus esforços para desafiar seus rivais dentro do Partido Democrata e reafirmar seu compromisso com a candidatura, mesmo enfrentando crescente pressão para se retirar da corrida eleitoral.

Pressão interna

As últimas duas semanas foram especialmente difíceis para Biden, com vários líderes democratas manifestando preocupação sobre sua capacidade de enfrentar Donald Trump nas próximas eleições. Senadores, como os democratas Richard Blumenthal e Michael Bennet, expressaram abertamente suas dúvidas sobre as chances de Biden vencer Trump, com Bennet prevendo uma possível derrota esmagadora. Essas preocupações são agravadas por pesquisas que mostram Biden atrás de Trump em estados-chave, alimentando temores de que uma vitória de Trump possa representar uma ameaça existencial à democracia americana.

Personalidades influentes como o ator George Clooney e o ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, pediram publicamente para Biden reconsiderar sua candidatura. Clooney, que recentemente organizou um evento de arrecadação de fundos para Biden, sugeriu que o presidente está perdendo a batalha contra o tempo, enquanto Pelosi enfatizou a necessidade de uma decisão clara sobre sua participação na corrida presidencial.

Reconquistar apoio

Apesar das críticas, a equipe de Biden defende que suas atividades recentes, incluindo vários comícios, entrevistas e discursos bem recebidos, ajudaram a conter os pedidos para que ele deixe a corrida.

Biden publicou uma carta na segunda-feira (8), reafirmando sua decisão de permanecer na disputa. No entanto, muitos líderes do partido permanecem céticos.

Biden deve perguntas sobre sua idade, saúde e posição política, além de questões sobre assuntos globais, especialmente após a cúpula da Otan, onde anunciou o envio de novos jatos F-16 para a Ucrânia e elogiou o aumento dos gastos de defesa dos países membros.

A coletiva de imprensa também será um teste para sua equipe de comunicação, que tem sido criticada por tentar controlar os questionamentos dos jornalistas. Biden tem realizado menos coletivas de imprensa em comparação com seus predecessores, o que aumenta ainda mais a importância deste evento.

Acompanhe tudo sobre:Joe BidenEstados Unidos (EUA)Donald TrumpOtanPartido Democrata (EUA)Partido Republicano (EUA)Eleições EUA 2024

Mais de Mundo

Liberdade na internet: os países mais censurados e os mais livres em 2024

Rússia e Coreia do Norte restabelecem conexão ferroviária suspensa em 2020

'O Brasil nos taxa muito. Taxaremos de volta', diz Trump

Trump diz que imprensa é 'quase tão corrupta quanto as nossas eleições' e promete 'corrigí-la'