Mundo

Em campanha eleitoral, Johnson promete Brexit e compara rival a Stalin

Campanha de Johnson diz que líder trabalhista Corbyn quer fazer outro referendo do Brexit, além de aumentar os impostos e destruir a prosperidade

Reino Unido: a eleição acontecerá no dia 12 de dezembro (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Reino Unido: a eleição acontecerá no dia 12 de dezembro (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 6 de novembro de 2019 às 10h11.

Londres — O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, iniciou sua campanha eleitoral nesta quarta-feira prometendo "finalizar o Brexit", em contraste com seu principal rival, o trabalhista Jeremy Corbyn, que o premiê comparou ao líder soviético Josef Stalin, que enviou milhões à morte em campos de trabalho.

Os britânicos irão às urnas no dia 12 de dezembro, depois que o Parlamento concordou com uma eleição antecipada na semana passada na esperança de encerrar três anos de profundo desentendimento a respeito da saída do país da União Europeia, o que minou a confiança dos investidores na estabilidade da quinta maior economia do mundo e prejudicou a posição internacional do Reino Unido.

O resultado da votação é difícil de prever, já que a questão imediata do Brexit está alterando as lealdades tradicionais dos eleitores e dando a adversários menores uma chance de desafiar os dois maiores partidos, os conservadores, de Johnson, e o Partido Trabalhista de centro-esquerda.

Embora Johnson esteja determinado a retratar a votação como uma maneira de resolver o Brexit, temas domésticos, como o futuro do muito valorizado Serviço Nacional de Saúde (NHS), também serão cruciais.

"Não quero uma eleição. Nenhum primeiro-ministro quer uma eleição antecipada, especialmente em dezembro", escreveu Johnson em um artigo para o jornal Daily Telegraph.

"Mas tal como as coisas estão, simplesmente não temos escolha -- porque é só finalizando o Brexit nas próximas semanas que podemos nos concentrar em todas as prioridades do povo britânico".

Depois de fazer uma visita formal à rainha Elizabeth, o premiê voltará à sua residência de Downing Street para anunciar a eleição, e lançará a campanha de seu partido ainda nesta quarta-feira.

Pesquisas mostram que os conservadores estão bem à frente dos trabalhistas, mas analistas eleitorais alertam que esse sentimento está anormalmente volátil. Sondagens levaram a crer que a antecessora de Johnson, Theresa May, tinha uma vantagem ampla antes de uma eleição antecipada em 2017, mas ela perdeu sua maioria parlamentar.

A campanha de Johnson tenta pintar o veterano líder trabalhista Corbyn como alguém que quer paralisar o processo do Brexit realizando outro referendo, além de aumentar os impostos e destruir a prosperidade.

"Eles fingem que seu ódio é dirigido apenas a certos bilionários -- e apontam os dedos para os indivíduos com prazer e vingança não vistos desde que Stalin perseguiu os cúlaques", escreveu Johnson. "Eles destruiriam a própria base da prosperidade deste país".

Milhões de pessoas foram executadas sob Stalin e muitos mais morreram devido a abusos e doenças em uma vasta rede de campos de prisioneiros, conhecidos como Gulags. Agricultores relativamente ricos, conhecidos como cúlaques, estavam entre os grupos visados.

Acompanhe tudo sobre:Boris JohnsonBrexitEleiçõesReino Unido

Mais de Mundo

Rússia expulsa diplomata britânico por atividades de espionagem

Presidente do México alerta Trump que imposição de tarifas não impedirá migração e drogas nos EUA

Comissão de investigação civil culpa Netanyahu por ignorar indícios de ataques de 7 de outubro

Grupos armados bloqueiam distribuição de ajuda humanitária em Gaza