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Em Benghazi, as mulheres líbias rezam pela captura de Kadafi

Centenas de mulheres de Benghazi rezam pelo fim do "tirano", que governou durante 42 anos com mãos de ferro a Líbia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2011 às 20h57.

Benghazi- Centenas de líbias reunidas nesta sexta-feira, a última do Ramadã, acrescentaram mais um pedido a suas tradicionais orações semanais: que o coronel Muamar Kadhafi "saia de seu buraco e mostre que é homem", segundo palavras de Hind Charif, que torce para que o ex-homem forte líbio seja capturado.

"Meu filho é um mártir, morreu combatendo as tropas do regime enquanto Kadhafi, o tirano, se esconde", explica Charif ao se juntar às duas filhas para rezar na praça central de Benghazi, reduto da revolta no leste da Líbia, rebatizada de "Praça Tahrir" (Praça da Liberdade).

"Eu queria encontrar pessoalmente Kadhafi e seu filho Seif al-Islam. Eu daria um jeito neles!" diz a mulher de mais de 60 anos. Seu filho e mais cinco membros de sua família foram mortos na cidade de Ben Jawad, em março durante uma batalha.

Igual a ela, centenas de habitantes de Benghazi rezam pelo fim do "tirano", que governou durante 42 anos com mãos de ferro a Líbia.

Atrás das grades de madeira, em frente a uma parede coberta de fotografias dos "mártires" da cidade, elas escutam as preces e repetem com o coração as invocações: "Que a festa do fim do Ramadã seja a festa da vitória!".

Mas, para elas é impossível falar de vitória antes da captura, morto ou vivo, de Kadhafi. E por isso, estão prontas para sacrifícios.

"Eu dei meu filho mais velho para a Líbia, ele tinha 20 anos. Espero que o seu irmão de 18 anos, meu único filho ainda vivo, encare logo o campo de batalha", diz a mãe de Mohammed Ramadhan Azzawi, morto em Brega no dia 15 de agosto.

No centro da praça, homens se reúnem em um círculo em volta de um combatente morto ontem em Ben Jawad, enquanto as mulheres, com punhos levantados, pedem vingança.

"Nós derramaremos até nossa última gota de sangue se for preciso, mas pegaremos Kadhafi", fala uma outra mulher diante dos "mártires da revolução".

Não muito longe, Fardus Ben Khatus, com um véu branco e flores rosas, contempla a imensa foto do seu sobrinho, um engenheiro recém-formado, morto no front.

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