Autoridades prometeram novos ajustes para impulsionar a economia (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter colaborador
Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 08h51.
Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 11h34.
Os principais líderes da China planejam afrouxar a política monetária e expandir os gastos no ano que vem. Seria uma preparação de Pequim para uma segunda guerra comercial quando Donald Trump assumir o governo dos EUA, segundo a Bloomberg.
O Politburo, com 24 membros liderados pelo presidente Xi Jinping, anunciou que adotará uma estratégia "moderadamente frouxa" para a política monetária em 2025, marcando sua primeira grande mudança de postura desde 2010. O órgão também adotou uma linguagem mais forte sobre a política fiscal, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua, dizendo que será "mais proativa".
A reunião do Politburo elabora as prioridades para ano seguinte, como a meta do crescimento anula. Esse encontro está marcado para começar na quarta-feira.
Sinalizando maior determinação para reforçar a confiança, as autoridades comunistas também prometeram "estabilizar os mercados imobiliário e de ações" e aumentar o "ajuste extraordinário de política anticíclica" para impulsionar a economia.
A economia da China mostrou sinais de estabilização nos últimos meses depois que as autoridades lançaram um amplo pacote de estímulo desde o final de setembro. As sobretaxas prometidas por Trump prejudicaram as perspectivas de exportações e aumentaram a pressão sobre a segunda maior economia do mundo para conter quaisquer choques de uma potencial guerra comercial. Isso sem contar as atuais disputas com o governo de Joe Biden.
Embora a China tenha passado por vários ciclos de aperto e afrouxamento na política monetária nos últimos anos, ela segue um status "prudente" desde 2011. Naquela época, as autoridades se afastaram da postura anterior de "moderadamente frouxa" adotada durante a Crise de 2008 para conter a inflação crescente, segundo a Bloomberg.
O novo posicionamento da China se dá depois que o esperado boom pós-pandemia não se materializou. O Banco Popular da China precisou reduzir as taxas de juros e diminuir a quantidade de dinheiro que os bancos usam como reserva, embora as autoridades tenham achado difícil estimular maiores empréstimos.