Eleitores escolhem entre Hillary e Trump após campanha agressiva
Hillary liderava sobre Trump por 44% a 39%, segundo a última pesquisa nacional Reuters/Ipsos antes da eleição
Reuters
Publicado em 8 de novembro de 2016 às 21h05.
Nova York - A longa e controversa disputa pela Presidência dos Estados Unidos entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump estava perto de ser concluída nesta terça-feira, quando milhões de norte-americanos votaram em um dia de eleição com filas e sem incidentes graves.
Hillary liderava sobre Trump por 44 por cento a 39 por cento, segundo a última pesquisa nacional Reuters/Ipsos antes da eleição.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos Estado da Nação deu à democrata 90 por cento de chance de derrotar Trump, e disse que ela caminha para obter 303 votos no Colégio Eleitoral, contra 235 de Trump. São necessários 270 votos para ser eleito presidente.
Trump mais uma vez levantou a possibilidade de não aceitar o resultado da eleição, dizendo que tinha visto relatos de irregularidades na votação.
Ele deu poucos detalhes e a Reuters não pôde verificar imediatamente a existência de tais problemas.
Em uma batalha concentrada principalmente no caráter dos candidatos, Hillary, de 69 anos, ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama, e Trump, de 70 anos, empresário bilionário de Nova York, fizeram seus últimos apelos fervorosos aos eleitores na noite de segunda-feira em busca de conquistar mais votos.
Os mercados mundiais se prepararam para o desfecho de uma das eleições presidenciais mais acirradas da história recente dos EUA.
Os índices acionários dos EUA subiram pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, com os investidores apostando que Hillary venceria a eleição presidencial norte-americana. Ela é vista como a candidata mais provável a manter o status quo.
As urnas começam a ser fechadas às 22h (horário de Brasília), com os primeiros resultados significativos divulgados por volta de uma hora depois. Redes de TV anunciaram o vencedor das eleições de 2008 e 2012 por volta das 2h da madrugada (horário de Brasília).
Eleitores relataram longas filas, equipamentos não funcionando direito e casos isolados de assédio em locais de votação no pleito presidencial desta terça, quando os temores de problemas maiores pareciam não se concretizar.
A candidata democrata votou em uma escola de ensino fundamental em sua cidade natal de Chappaqua, no Estado de Nova York, na manhã desta terça-feira.
"É o maior sentimento de humildade. Eu sei quanta responsabilidade vem com isto. Muitas pessoas estão contando com o resultado desta eleição, o que isto significa para o nosso país. E farei o meu melhor caso seja afortunada o suficiente para vencer hoje", disse Hillary.
Trump, que votou um pouco mais tarde em Manhattan, iniciou o dia da eleição com uma ligação já costumeira para o programa de notícias matinal "Fox & Friends". "Sou um pouco supersticioso", disse. "Venci muitas primárias falando com vocês logo cedo".
Os dois candidatos esperam fazer um comício noturno para comemorar a vitória na cidade de Nova York.
A última semana de campanha foi marcada por uma série de eventos em busca de votos nos Estados-chave onde a eleição deve ser decidida.
"Nós escolhemos acreditar em uma América de esperança, inclusiva, com o coração grande", disse Hillary na Filadélfia ante uma multidão de 33 mil pessoas, o maior público em um comício da democrata nesta campanha.
Ela teve a companhia do presidente Barack Obama, também democrata; da primeira-dama, Michelle Obama; e do ex-presidente e marido de Hillary, Bill Clinton. Mais tarde, fez outra participação repleta de estrelas em Raleigh, na Carolina do Norte, ao lado de Bon Jovi e Lady Gaga.
Trump fez uma de suas últimas aparições na noite de segunda-feira em Manchester, New Hampshire, onde as pesquisas indicam uma disputa bastante apertada.
"Amanhã a classe trabalhadora americana vai responder", disse Trump. "É uma questão de tempo".
Ele levou grande parte de sua família ao palco para seu último comício no Estado, onde conquistou sua primeira vitória na disputa interna dos republicanos pela nomeação para concorrer à Presidência.
Primeira mulher presidente?
Trump e Hillary buscam se tornar o 45° presidente dos Estados Unidos e sucessor do democrata Barack Obama, que serviu dois mandatos de quatro anos na Casa Branca e é impedido pela Constituição de buscar um terceiro.
Hillary busca se tornar a primeira mulher no comando dos EUA, após passar oito anos na Casa Branca como primeira-dama, de 1993 a 2001, antes de servir como senadora e secretária de Estado na administração Obama.
Trump deve conseguir apoio em massa de eleitores brancos sem diploma universitário. Hillary deve conseguir apoio de eleitores com nível de ensino superior, além de hispânicos e negros.
As principais casas de aposta e sites de aposta mostraram confiança na vitória de Hillary. O mercado de ações políticas online PredictIt colocou na terça-feira as chances de Hillary em 80 por cento, 2 pontos percentuais a menos que na segunda-feira.
Conselheiros de Trump disseram que o nível de apoio não transparece nas pesquisas e que acreditam que o empresário nova-iorquino está bem posicionado para uma vitória surpreendente, nos moldes do referendo de junho que decidiu a separação do Reino Unido da União Europeia.
"Temos visto um ímpeto enorme", disse o vice-gerente de campanha de Trump, Dave Bossie.