Eleições nos EUA: o que dizem eleitores da Carolina do Norte
Condado de Scotland emergiu como um distrito decisivo em um estado fundamental para ambos os candidatos presidenciais
Agência de notícias
Publicado em 31 de agosto de 2024 às 11h02.
À medida que os Estados Unidos se aproximam da eleição presidencial de novembro, na qual a vice-presidente democrata Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump vão se enfrentar, a AFP avalia a situação em condados-chave de sete estados-pêndulo, considerados cruciais na disputa.
O Condado de Scotland, na Carolina do Norte, emergiu como um distrito decisivo em um estado fundamental para ambos os candidatos presidenciais.
Confira aqui o que alguns eleitores estão dizendo:
Carolyn Banks, professora aposentada
Para Carolyn Banks, uma professora aposentada negra de 73 anos, a coisa mais importante no 5 de novembro é que "todos tenham a oportunidade de votar... E que nossos jovens saiam para votar, especialmente este ano".
Banks, que agora é a vice-presidente do conselho escolar do Condado de Scotland, se preocupa com a desinformação eleitoral e com a possibilidade de os eleitores escolherem "uma pessoa que não é qualificada, que não tem moral, que não se importa com as pessoas".
Ao falar após uma reunião local do Partido Democrata, Banks fez uma referência velada a Trump, que foi condenado no final de maio por múltiplos crimes relacionados à falsificação de registros contábeis para ocultar pagamentos que visavam comprar o silêncio de uma atriz pornô.
Larry, encanador
Em uma loja de artigos para o lar em Laurinburg, Larry, que preferiu não revelar seu sobrenome para proteger a privacidade de sua família, disse que a coisa mais importante para ele em novembro seria a vitória de Trump.
"Este mundo está indo para o buraco", declarou o encanador de 32 anos, que também é proprietário de uma empresa de construção. "Precisamos de alguém melhor no cargo. Não é Biden".
Yampiere Lugo, auxiliar administrativo
Com panfletos do Partido Democrata nas mãos, Yampiere Lugo e Sarah Hardy se aproximam de uma casa em Laurinburg, sob o sol escaldante de verão. Mas um dos moradores rapidamente pede para que eles se retirem - algo que os ativistas dizem ouvir com frequência.
Para Lugo, um auxiliar administrativo de 25 anos, o mais importante nas eleições de novembro é "apenas garantir que encontraremos uma maneira de proteger nossa democracia".
"Acho que recentemente vimos muita retórica vinda de Donald Trump e do Partido Republicano que tem sido realmente assustadora para mim, especialmente como jovem", afirmou, mencionando especificamente a questão do acesso ao aborto.
O estado - e o destino - da democracia nos Estados Unidos é a maior preocupação de Lugo, que também tem na lista a crise climática.
Frank McDuffie, acadêmico
Frank "Bishop" McDuffie, de 72 anos, é o diretor do Laurinburg Institute, uma escola preparatória historicamente negra fundada por seus avós há 120 anos para oferecer educação a estudantes afro-americanos durante a segregação.
Entre seus famosos ex-alunos está a lenda do jazz Dizzy Gillespie.
McDuffie afirma que a coisa mais importante ao votar é proporcionar "oportunidades" para o futuro.
"Não podemos voltar atrás. Só podemos avançar", disse ele à AFP. Seu maior medo é que o país vá "para trás na ignorância".
Kamaaria Mackins, estudante de direito
Kamaaria Mackins, uma estudante de direito de 25 anos, quer encontrar um candidato que se alinhe com seus "valores e sistema de crenças".
A jovem mulher negra disse temer que sua própria geração esteja "descendo ladeira abaixo".
"Sinto que há muitas questões que precisam ser abordadas para que nossa próxima geração dê um passo à frente, tenha as ferramentas necessárias para ter sucesso e se tornem líderes do nosso futuro", declarou Mackins.