Mundo

Eleições na Venezuela: compare os planos de governo de Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia

Nicolás Maduro volta a aparecer nas urnas eleitorais com a intenção de reforçar a continuidade do chavismo

Eleições na Venezuela: veja como são os principais candidatos (Miguel Gutiérrez/EFE)

Eleições na Venezuela: veja como são os principais candidatos (Miguel Gutiérrez/EFE)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de julho de 2024 às 18h41.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

A eleição deste domingo (28), na Venezuela, decide entre a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos, ou a mudança prometida por uma oposição unida depois de ter sido marginalizada em outras eleições, incluindo a última presidencial em 2018. Veja, abaixo, as principais diferenças entre os planos de governo de Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia:

Planos de Edmundo González Urrutia

Edmundo González Urrutia articulará seu plano eleitoral com duas ideias importantes: o programa que María Corina Machado traçou em seu documento "Venezuela, terra de graça" e o "Plano País". O candidato da oposição ainda não concluiu as suas propostas para o que poderão ser os seus próximos anos de mandato, mas baseia as suas ideias em “alcançar a liberdade, a democracia e a prosperidade”.

'Farei com que se respeite o resultado eleitoral', diz Maduro após votar em Caracas

Com base nestes dois documentos, Edmundo pretende elaborar o seu próprio documento intitulado "Diretrizes de políticas públicas para um programa governamental de unidade nacional". Se vencer a disputa eleitoral, González tomará posse em 10 de janeiro de 2025 e, segundo o que disse em diversas entrevistas, uma de suas ações imediatas será a libertação dos presos políticos.

Propostas de Nicolás Maduro

Nicolás Maduro volta a aparecer nas urnas eleitorais com a intenção de reforçar a continuidade do chavismo ao reeleger-se para mais um mandato de seis anos como presidente da Venezuela, cargo que assumiu em 2013, quando foi designado sucessor de Hugo Chávez. A candidatura do presidente tem sido marcada por denúncias de repressão por parte da oposição, além de vários apelos da comunidade internacional para garantir uma disputa pacífica e respeitar os resultados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Em janeiro, Maduro apresentou o seu plano de governo denominado “As Sete Transformações”, que é composto por vários objetivos que se alinham com os valores do partido no poder e do socialismo bolivariano, modelo que rege as políticas do seu governo. Entre as principais propostas, prioriza-se a soberania nacional em matéria de recursos naturais, ciência, tecnologia e renda, bem como a expansão das forças armadas e a defesa da Guiana Essequiba.

González: abertura do mercado e libertação dos presos políticos

  • Segurança: A oposição assegura que não haverá forças armadas politizadas na sua administração.
  • Economia: González propõe reduzir a inflação, melhorar os salários e reivindicar o valor do trabalho para que a moeda não se desvalorize e a economia se recupere. A sua política é a favor da livre iniciativa e do mercado livre. O plano de governo de María Corina Machado menciona “uma estabilização expansiva para eliminar a pobreza e promover o crescimento da classe média”.
  • Meio Ambiente: A oposição procura a privatização da indústria petrolífera e a utilização de gás e energia limpa. María Corina Machado também fala sobre uma transição no modelo energético e em seus discursos enfatiza a proteção do meio ambiente através de suas políticas.
  • Política Doméstica: González mencionou que haverá processos de anistia e de justiça transicional e afirma que os presos políticos serão libertados. Por outro lado, o candidato declarou que irá punir a corrupção “através de mecanismos rigorosos de responsabilização e auditoria em todas as instituições do Estado”.
  • Política Estrangeira: González busca restabelecer relações com outros países e tirar a Venezuela do isolamento internacional.

Maduro: a continuidade do partido no poder

  • Segurança: Maduro comprometeu-se a garantir a justiça e os direitos humanos. A “expansão e consolidação do poder militar” também foi abordada nas suas propostas eleitorais.
  • Economia: O atual presidente propõe modernizar os métodos e técnicas de produção para diversificar a economia do país. A agenda política de Maduro antes das eleições também reiterou a importância de proteger a soberania venezuelana sobre os seus recursos naturais e o rendimento nacional.
  • Meio Ambiente: O partido no poder incorporou as alterações climáticas na sua agenda política. Entre as suas promessas de campanha está a implementação de ações para combater a crise climática, salvaguardar as reservas naturais da Amazônia e da Venezuela da “voracidade do capitalismo”.
  • Política Doméstica: O chavista promete “novas formas de governo” e um “novo Estado popular e revolucionário” como parte de suas políticas, embora até agora não tenha sido aprofundada a estratégia para alcançá-lo. Ele também prometeu lidar com a corrupção “com mão pesada”.
  • Política Estrangeira: "As Sete Transformações (7T)" de Maduro também contemplam o fortalecimento de alianças estratégicas com os Brics. Numa visita à China em setembro de 2023, o presidente declarou que os países que compõem o grupo tinham na Venezuela “um parceiro, um aliado, um amigo”, e já havia manifestado anteriormente a sua intenção de que o país se juntasse à aliança internacional. O plano do governo também contempla o fortalecimento dos laços com os países da América Latina e do Caribe.
Acompanhe tudo sobre:VenezuelaEleições

Mais de Mundo

Maduro convoca apoiadores para mobilização de votos de última hora

Venezuelanos protestam em Miami por não poderem votar nas eleições de seu país

Governo de Bangladesh restaura internet após protestos

Israel promete ‘revanche’ contra Hezbollah após foguete matar 12 em campo de futebol

Mais na Exame