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Eleições europeias, um reflexo da opinião dos britânicos sobre o Brexit

Apesar do Brexit e sua difícil andamento no Parlamento, os britânicos vão participar das eleições europeias

Assim que o Reino Unido sair da UE, as suas 73 cadeiras serão redistribuídas entre outros países (Robin Pope/Getty Images)

Assim que o Reino Unido sair da UE, as suas 73 cadeiras serão redistribuídas entre outros países (Robin Pope/Getty Images)

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EFE

Publicado em 23 de maio de 2019 às 15h16.

Londres — Cidadãos do Reino Unido votam nesta quinta-feira nas eleições para o Parlamento Europeu para escolher os 73 eurodeputados, nesta que é uma oportunidade para os britânicos refletirem sobre a atual paralisação do Brexit.

Nesta eleição, na qual o favorito é o Partido do Brexit, de Nigel Farage, mais de 40 milhões de eleitores podem votar. Os resultados serão divulgados no domingo à noite, quando a votação em todos os países da União Europeia (UE) tiver acabado.

Em um dia um pouco ensolarado, as pessoas começaram a chegar para votar às 6h GMT (3h em Brasília) e terão até às 21h GMT (18h) para fazê-lo. A expectativa, no entanto, é de que a participação seja pequena.

Os britânicos não previam participar deste pleito, já que estão em pleno processo do Brexit, que tinha como data de saída o dia 29 de março, mas a falta de avanços sobre os termos desse desligamento obrigou o governo da primeira-ministra Theresa May a atrasá-lo para 31 de outubro.

Como ainda é membro do bloco, o país é obrigado a participar das eleições, nas quais 751 membros do Parlamento comunitário serão eleitos.

Os dois principais partidos britânicos, o Conservador e o Trabalhista, quase não fizeram campanha, porque apoiam a vontade manifestada no referendo de 23 de junho de 2016, quando 51,9% da população votou a favor da saída da UE.

A crise que o Reino Unido vive pela falta de consenso entre os políticos sobre a melhor forma de materializar este 'divórcio' foi positiva, por outro lado, para o eurocético e anti-imigração Nigel Farage formar o Partido do Brexit, com o qual percorreu várias regiões do país.

Para ele, ex-líder do Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP), o que está em jogo hoje é a democracia e, para todos os lugares que viajou, denunciou a incapacidade de May de tirar o país do bloco.

Ao votar hoje no bairro londrino de Biggin Hill, ele disse aos jornalistas que espera ser o eurodeputado que menos tempo sirva ao Parlamento europeu.

Uma pesquisa sobre intenções de voto feita pelo instituto Ipsos MORI revelou que a legenda de Farage teria 35% dos votos, os liberais democratas (contrários ao Brexit) 20%, os trabalhistas ficariam com 15%, os Verdes 10% e os conservadores obteriam 9%.

O analista político Stephen Barber, da Universidade de Bedfordshire, disse à Agência Efe que os eleitores têm hoje a oportunidade real de "enviar uma mensagem ao governo e ao Parlamento".

Assim que o Reino Unido sair da UE, as suas 73 cadeiras terão que ser redistribuídas entre outros países. Até que isso ocorra, os eurodeputados britânicos deverão ocupar seus assentos quando o Parlamento Europeu se formar, em 2 de julho.

A votação de hoje acontece em um momento de uma profunda crise que Theresa May enfrenta por causa das crescentes pressões internas para que renuncie, devido à sua estratégia do Brexit, que inclui agora, para indignação da ala contrária à permanência no bloco, a possibilidade de que os deputados votem se querem fazer um segundo referendo.

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